Por que sofremos pelo pecado de Adão?
Capítulo 1 do livro Why Does God Allow Evil? Compelling Answers for Life´s Toughest
Questions escrito por Clay Jones
Quando
se trata da questão do mal, um dos maiores problemas é este: Por que devemos sofrer pelo pecado de Adão?[1] De
fato, como poderia ser justo que todos
nós sofrêssemos pelo pecado que algum casal distante cometeu há muito tempo?
Para encontrar a resposta, devemos ir ao livro dos começos, o livro de Gênesis,
e considerá-lo seriamente.
O Cenário
Em
Gênesis 2: 16-17, lemos que “E
ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás
livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Então o
versículo 25 diz: “E ambos
estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.”[2] Deus
deu-lhes apenas uma proibição: Não coma da Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal. Eu acho que eles acharam tudo isso muito bom. Tudo o que Adão e Eva tinham
que fazer o dia todo era jardinar e brincar com o único membro fisicamente perfeito do sexo oposto e completamente nu
da criação. A vida não era tão ruim!
É
importante enfatizar isso porque Deus é a favor do prazer - na verdade, Ele
criou todos os prazeres. C.S. Lewis,
em seu livro satírico The Screwtape
Letters, em que um [demônio] tentador sênior instrui um tentador jovem sobre
como tentar os Cristãos, escreveu: “Nunca se esqueça de que quando estamos
lidando com qualquer prazer em sua forma saudável, normal e satisfatória,
estamos, em certo sentido, no terreno do Inimigo.” Isso, escreve o tentador
sênior coisa-ruim, é porque o prazer é “invenção dele, não nossa. Ele criou
todos os prazeres: todas as nossas pesquisas até agora não nos permitiram
produzir nenhum.”[3]
Isso
mesmo - Deus criou todos os prazeres, incluindo o desfrutar de comida, bebida e
sexo. Davi louvou ao Senhor nos Salmos dizendo que “na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão
direita há delícias perpetuamente.” (Salmo 16:11). Então, repetindo,
Adão e Eva tiveram uma vida boa - muito boa.
Mas
isso não durou muito tempo.
Logo
aprendemos em Gênesis 3: 4-5 que havia uma serpente no jardim que disse à
mulher: “Certamente não
morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Aí está. Deus havia
dito: "Não coma ou você vai morrer." Mas esta serpente inspirada por
Satanás diz à mulher que, não apenas ela não morrerá, mas que a vida deles será
melhor.[4] Em outras palavras, a serpente diz a Eva que Deus não está agindo em
favor do melhor interesse do primeiro casal. Satanás diz a eles que Deus está
retendo algo que, de outra forma, os beneficiaria.
Não
é assim que os adolescentes costumam pensar? Eles reclamarão com os pais:
"Você é mau. Outros pais deixam seus filhos fazerem isso!” Esses
adolescentes estão dizendo que seus pais não estão agindo em favor de seu
melhor interesse e estão escondendo algo que, de outra forma, os beneficiaria.
Lembro-me de pensar isso também quando era adolescente!
Estou
convencido de que Deus arquitetou a família, antes de mais nada, de forma que
seja um microcosmo do que está acontecendo no universo maior. Pais e adolescentes
têm a oportunidade de ver, em suas próprias interações, muito do que está
acontecendo quando se trata do agir de Deus em favor do nosso melhor interesse.
É importante para os pais, então, certificarem-se de que não digam aos filhos
não apenas porque não querem ser desobedecidos, mas deixar claro quando
realmente for o caso de que algo não trará nenhum benefício. Ao agirem assim,
os pais mostram como Deus trata a humanidade. As proibições de Deus são para o
nosso bem, não porque Ele seja indolente ou egoísta.
Aparentemente,
Eva decidiu que Deus não estava agindo em favor do melhor interesse dela.
Assim, lemos em Gênesis 3: 6: “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e
deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” E, claro, descobriram que
Satanás mentiu para eles. Nos versículos 7 a 8, lemos sobre o que aconteceu a
seguir: “Então foram abertos
os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira,
e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no
jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do
Senhor Deus, entre as árvores do jardim”. Em outras palavras, em vez de
se sentirem como deuses, a nudez os constrangia. Eles eram agora incapazes de
ter a comunhão íntima com Deus que antes desfrutavam.
Então
Deus anunciou a punição por causa da desobediência, e isso explica muito sobre
por que sofremos. Em Gênesis 3:16, Ele disse à mulher: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua
conceição; com dor darás à luz filhos;[5] e o teu desejo será para o teu
marido, e ele te dominará.” Portanto, há duas punições: a primeira é que
a gravidez agora será muito dolorosa (isso provavelmente também inclui tudo
relacionado à gravidez, tais como os problemas reprodutivos femininos). A
segunda punição é que o desejo da mulher será para seu marido, ou seja, ele
agora a dominará. Que o marido governasse
sua esposa não fazia parte do plano original, e o mundo desde então tem
testemunhado muitos homens tratarem as mulheres de maneira severa e injusta.[6]
A Origem do Mal Natural
Embora
o aumento da dor durante a gravidez seja um mal natural, há mais coisas a
acrescentar. Em Gênesis 3: 17-19, o Senhor disse a Adão: “Porquanto deste ouvidos à voz de
tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela,
maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua
vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No
suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.”[7] Assim, em
resposta ao pecado de Adão, o Senhor amaldiçoou a terra. O professor de Antigo
Testamento Robert R. Gonzalez destaca que “assim como 'ter filhos' é uma figura
de linguagem do papel mais amplo da mulher como mãe e esposa, 'o solo' não
limita a maldição de Deus meramente à esfera da agricultura ... Deus está
retirando sua bênção irrestrita e impondo uma maldição sobre a ordem de encher e subjugar a terra ...”[8]
Assim,
mais tarde, em Gênesis 5:29, lemos sobre “a terra que o Senhor amaldiçoou”. O
mal natural entrou no mundo porque Deus amaldiçoou a terra em resposta ao
pecado de Adão. De fato, que pestilência - mofo, decomposição, câncer e assim
por diante - não pode ter se originado apenas pelo fato de Deus olhar para o
planeta Terra e dizer: "Eu te amaldiçoo"?
Que
a criação está sob maldição é explicado em Romanos 8: 19-23:
Porque a ardente expectação da criatura
espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à
vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de
que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a
liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme
e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos,
que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
Observe
várias coisas. Primeiro, a sujeição da criação à futilidade e corrupção ocorreu
claramente por causa da Queda.[9] Caso contrário, seria necessário defender que
embora em Gênesis 1 o Senhor tenha chamado cada dia de Sua criação de “bom”
(Gênesis 1: 4,10,12,18, 25), e então tenha resumido Seu trabalho criativo geral
como "muito bom" (versículo 31), o que Ele queria dizer com
"muito bom" era que a criação estava sujeita a "futilidade"
e "corrupção", e que estava "gemendo" e que os animais
estavam morrendo de câncer, etc. Nada na narrativa da criação sugere isso.
Além
disso, o apóstolo Paulo relacionou a futilidade e a corrupção da criação ao
homem. Como professor de Novo Testamento, James D.G. Dunn explica:
O
ponto que Paulo está presumivelmente destacando, através de uma linguagem um
tanto obscura, é que Deus seguiu a lógica de sua proposição de sujeitar a
criação ao homem, sujeitando-a ainda mais em conseqüência da queda do homem,
para que pudesse servir como um contexto apropriado para o homem caído: um
mundo fútil para envolver a mente fútil do homem ... Há uma desordem, uma
desconexão sobre a ordem criada que a torna uma habitação adequada para o homem
em conflito com seu criador.[10]
Esta
é, de fato, nossa experiência com o planeta Terra. Há algo desesperadamente
errado com a criação, e a esperança de sua renovação está ligada à revelação
dos filhos de Deus. A criação está gemendo e o homem geme enquanto interage com
a criação.
Considere
também que os comentários de Paulo sobre a corrupção da criação estão no
contexto de Romanos 5:12: "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram." Assim como a obra de Jesus na cruz acabará por libertar
os seres humanos da morte física, a criação também será libertada de sua
escravidão naquele momento. Por essas e outras razões, a grande maioria dos
estudiosos do Novo Testamento relaciona Romanos 8 a Gênesis 3.[11]
Em
segundo lugar, “criação” se refere a absolutamente
tudo, exceto aos seres sencientes. O
comentarista John Murray observou,
Os
anjos não são incluídos porque não
foram submetidos à vaidade e ao cativeiro da corrupção. Satanás e os demônios não
estão incluídos porque não podem ser considerados como ansiosos pela
manifestação dos filhos de Deus e não compartilharão da liberdade da glória dos
filhos de Deus. Os próprios filhos de
Deus não estão incluídos porque são distintos da "criação ..."[12]
O
professor de Novo Testamento Douglas J. Moo diz que o uso de “'nós mesmos' -
claramente exclui os crentes do escopo da criação”, então “[com] a maioria dos
comentaristas modernos, acho que a criação aqui denota a criação ‘subumana’”[13]
A criação, então, é, novamente, todo o resto. O professor de Novo Testamento
Robert H. Mounce escreve: “Atualmente, no entanto, todo o universo está em
dores de parto como se estivesse dando à luz.”[14]
O
fenômeno da criação sendo libertada da corrupção, conforme declarado em Romanos
8, é elucidado em Colossenses 1. Lá, Jesus é identificado como “a imagem do
Deus invisível”, e somos informados de que “nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (versículos
15-16). Os versículos 19-20 continuam a dizer: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele
habitasse, E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio
dele reconciliasse consigo mesmo
todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus”.
Claramente,
algo deve ter acontecido no relacionamento de Jesus com a criação - caso
contrário, por que "todas as coisas ... no céu e na terra"
precisariam ser reconciliadas com Jesus, a menos que não tenham sido
conciliadas anteriormente? “Todas as coisas” devem incluir tudo na criação subumana, mas se Deus originalmente criou tudo
fútil e corrompido, mas chamou de “muito bom”, então o que há para Jesus
reconciliar consigo mesmo? Ninguém precisa ser reconciliado com nada, a menos
que antes estivessem em desacordo mútuo. Assim, a separação de “todas as
coisas”, da criação, de Jesus, só poderia ter ocorrido por causa da queda de
Adão.
Terceiro,
Deus sujeitou a criação à corrupção. Como Murray aponta, “Nem Satanás nem o
homem poderiam tê-la sujeitado em
esperança; somente Deus poderia tê-la submetido com tal desígnio.”[15] Da
mesma forma, Moo escreve que“ Paulo deve estar se referindo a Deus, o único que
tinha o direito e o poder de condenar toda a criação à frustração por causa do
pecado humano.”[16]
Mas
as desgraças humanas não param com o Senhor amaldiçoando a terra. Então o
Senhor fez uma coisa final que selou o destino da humanidade. Em Gênesis 3:
22-23, lemos: “Então disse o
Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para
que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva
eternamente, O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar
a terra de que fora tomado.”[17] Então o Senhor amaldiçoou o solo,
provavelmente permitindo todos os tipos de pestilências, e então Ele expulsou
Adão e Eva do Jardim, removendo-os do poder rejuvenescedor da Árvore da Vida.
E
temos ido a funerais desde então.[18]
Quando
se trata do mal natural, muitas pessoas presumem erroneamente que quando Deus
disse: "No dia em que você comer, certamente morrerá", acrescentou
Ele, "ao dormir em uma idade avançada de causas naturais." Mas ele
não disse isso. Ele apenas disse "você certamente morrerá". E se
alguém morre com oito meses de idade, ou dezoito anos, ou oitenta e oito anos
de idade, todos nós vamos morrer. Aqui estão algumas notícias difíceis: apenas
uma coisa irá impedi-lo de assistir absolutamente todas as pessoas que você
conhece de morrer por homicídio, acidente ou doença, e essa será a sua própria
morte por homicídio, acidente ou doença.[19] Tenha um bom dia! Mas, sério, essa
é uma dura verdade.
Claro,
essa observação não é exclusivamente Cristã! É a mesma para todas as outras
religiões e filosofias. Você pode se tornar um ateu e acrescentar: “então os
vermes comerão seu corpo”. Ou você pode se tornar um Hindu ou um Budista e
então morrer e renascer repetidamente e indefinidamente.
Por
causa de seu pecado, Adão transmitiu a nós as únicas coisas que ele poderia transmitir:
carne como a dele, comunhão interrompida com Deus e um mundo de adversidades
que leva à morte. Como Adão passou apenas a carne, os seres humanos são presas
de Satanás e seus demônios.[20] Adão nos deu tudo, mas tudo o que ele podia dar
era uma carne como a dele - carne fraca, corrupta e moribunda.
Esta
é a má notícia.
Por que Adão Pecou?
Uma
pergunta que as pessoas fazem com frequência é: como seria possível que Adão e
Eva pecassem se eles foram criados sem pecado? O teólogo John Hick opina: “É
impossível conceber que seres humanos totalmente bons em um mundo totalmente
bom se tornem pecadores. Dizer que sim é postular a autocriação do mal ex nihilo! Deve ter havido alguma falha
moral na criatura ou em sua situação para criar a tensão da tentação ... ”[21]
Mas não há nada de misterioso aqui. Como C.S. Lewis explica: “No momento em que
você tem um eu, existe a possibilidade de se colocar em primeiro lugar - querer
ser o centro - querer ser Deus, de fato. Esse foi o pecado de Satanás e esse
foi o pecado que ele ensinou à raça humana.”[22] O filósofo e teólogo William
A. Dembski explica ainda:
Precisamente
porque uma vontade criada pertence a uma criatura, essa criatura, se
suficientemente reflexiva, pode refletir sobre sua condição de criatura e
perceber que não é Deus. A condição de criatura implica restrições às quais o
Criador não está sujeito ... A questão então surge naturalmente: Deus, o
Criador, negou à criatura alguma liberdade que poderia beneficiá-la? Adão e Eva
pensaram que a resposta a essa pergunta era sim (Deus, ao que parecia, havia
negado a eles a liberdade de conhecer o bem e o mal). Assim que a criatura
responde sim a esta pergunta, sua vontade se volta contra Deus. Assim que isso
acontecer, a vontade se tornará má. Enquanto antes o mal era apenas uma
possibilidade, agora o mal se tornou uma realidade. Em suma, o problema do mal
começa com o pensamento de que Deus é mau por "restringir um potencial
maior". O impulso de nossa cultura secular moderna de abandonar as
restrições sempre que possível encontra suas raízes aqui.[23]
Concordo
com Dembski, com uma pequena ressalva: discordo que a vontade se volte contra
Deus quando se responde "sim a esta pergunta". Em vez disso, a
vontade se volta contra Deus quando se responde sim, e então se toma medidas
para tentar remediar a situação. Em outras palavras, isso acontece quando um
ser decide que Deus está retendo algo que o beneficiaria e então decide
conseguir o que deseja contra a vontade de Deus. Caso contrário, pela definição
de Dembski, Adão e Eva teriam pecado antes de comerem da fruta. Comer da fruta
seria um pecado subsequente, e não é isso que a Bíblia ensina.
Por que sofremos pelo pecado de Adão?
Então,
vimos que quando Adão pecou, Deus amaldiçoou a terra, permitindo assim todos os
tipos de pestilências. Então Deus expulsou Adão e Eva do jardim, removendo-os
assim do poder rejuvenescedor da Árvore da Vida. Mas isso ainda não responde à
pergunta de por que todos nós sofremos pelo pecado que esse casal cometeu há
milhares de anos. Como isso pode ser justo?
Na
verdade, muitos argumentam que o ensino sobre o pecado original não é apenas
injusto, é psicologicamente prejudicial. Como disse o guru da auto-estima
Nathaniel Brandon, “A ideia do Pecado Original ... é anti-auto-estima por sua
própria natureza. A própria noção de culpa sem vontade ou responsabilidade é um
ataque à razão, bem como à moralidade.”[24] O filósofo Ian McFarland resume
desta forma: “A ideia de que somos todos culpados por causa do delito de um
ancestral é vista como moralmente ultrajante e historicamente inconcebível,
resumindo para muitos tudo o que há de errado com o Cristianismo.”[25] Da mesma
forma, o teólogo John Hick afirma: “A política de punir toda a raça humana
sucessora pelo pecado do primeiro par é, pelos melhores padrões morais humanos,
injusta e não fornece nada que possa ser reconhecido por esses padrões como uma
teodicéia.”[26] Mas Adão e Eva mantêm um relacionamento singular com cada um de
nós, e o pecado original faz sentido se pensarmos profundamente a respeito.
O Cabeça Federal ou Representante
Várias
explicações sobre como nos relacionamos com Adão têm mérito. Primeiro, Adão é
nosso representante federal, ou cabeça.[27] Frequentemente, ao longo da
história, um cabeça era escolhido para representar um país. Uma vez que este
chefe tenha sido escolhido, ele pode declarar guerra sem fazer com que os
cidadãos individuais do país votem ou apoiem. Da mesma forma, Adão foi o chefe/cabeça
federal da raça humana e escolheu rebelar-se contra Deus, tornando assim sua
raça rebelde. O fato de não termos votado individualmente para fazer de Adão o
líder da nossa raça não importa, porque Deus sabe quem pode nos representar
melhor. Além disso, se Deus soubesse que todos
nós teríamos agido da mesma forma, Ele não cometeu nenhum erro ao escolher
uma pessoa para nos representar.[28]
Além
disso, como o teólogo sistemático William G.T. Shedd colocou: “O pecado de Adão
... é imputado à posteridade da mesma forma que a justiça de Cristo é imputada
ao crente - ou seja, imerecida e gratuitamente.”[29] De fato, os Cristãos que
ainda possam pensar que sofrer pelo pecado de Adão é injusto deve lembrar que
não era justo que Cristo morresse por
eles. Agora, embora a chefia federal seja uma explicação parcial para o motivo
do porquê sofrermos pelo pecado de Adão, eu não me importaria em discutir esse
ponto com um ateu. Razões mais persuasivas estão à disposição.
União Realística ou Seminal
Em
segundo lugar, todos nós temos uma união realista, ou seminal, com Adão, então
realmente estávamos “presentes em Adão quando Adão pecou. Toda a humanidade
estava nos 'lombos de Adão' quando ele se rebelou, e uma vez que estávamos
realmente presentes em seu pecado, também somos culpados de seu pecado.”[30]
Estar ontologicamente presente tornava o pecado de Adão imputável a nós da
mesma maneira, como Shedd descreve nessa analogia que "a mão ou o olho age
e peca no ato assassino ou luxurioso da alma individual."[31]
Hebreus
7: 9-10 nos diz que “E, por
assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao
encontro”. Se Levi não estava de forma alguma presente em Abraão, então
como se poderia dizer que ele deu dízimo a Melquisedeque? Primeira Coríntios
15:22 nos diz que “todos morrem em Adão” e somos todos descendência, a raça de
Adão. Como Shedd escreveu: “Morrer em Adão tanto espiritual quanto fisicamente
supõe a existência em Adão tanto no que diz respeito à alma quanto ao corpo.”[32]
Da mesma forma, o teólogo Millard J. Erickson escreveu:
Portanto,
estávamos presentes na forma germinativa ou seminal em nossos ancestrais; em um
sentido muito real, estávamos lá em Adão. Sua ação não foi apenas a de um
indivíduo isolado, mas de toda a raça humana. Embora não estivéssemos lá
individualmente, ainda assim estávamos lá. A raça humana pecou como um todo.
Portanto, não há nada de injusto ou impróprio em recebermos uma natureza
corrompida e a culpa de Adão, pois estamos recebendo os resultados justos de
nosso pecado. Esta é a opinião de Agostinho.[33]
Leva
tempo para envolver a mente em torno deste conceito, mas vale a pena gastar
tempo pensando sobre o tema.
Shedd
disse que não se pode sustentar a liderança federal ou representativa e a identidade seminal porque se
estivéssemos realmente presentes, não precisaríamos de um representante.[34]
Mas acho que ambas podem ser verdadeiras porque, embora estivéssemos realmente
presentes quando Adão pecou, nós não tínhamos consciência individualizada no
momento do pecado de Adão; portanto, Adão também pode servir como nosso
representante.
Traducianismo
Terceiro,
e relacionado à perspectiva de união realista (ou seminal) mencionada acima, há
uma resposta mais convincente para o porquê de sofrermos pelo pecado de Adão e
Eva: eles são nossos primeiros pais, nossos pais originais, e nós somos eles.
Para entender por que sofremos por seus pecados, devemos ter clareza sobre o
assunto. Provavelmente todos que estudam o tema, leram sobre reprodução sexual.
Muitos de nós já reproduzimos e outros tem esperança de reproduzir uma dia.
Adão e Eva se reproduziram sexualmente. Somos a reprodução sexual de Adão e Eva. Como Jesus disse em João 3: 6, “O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”. Em
outras palavras, uma vez que Adão e Eva pecaram, e então tiveram uma natureza
decaída, eles só puderam reproduzir sua própria queda. Eles não conseguiam
reproduzir algo melhor do que eles próprios.
Recebemos
nossas almas de Adão e Eva. Na verdade, recebemos nossas consciências de Adão e
Eva. Afinal, de onde veio nossa consciência? Obviamente, se Deus não existe,
então obtemos nossa consciência de nossos pais. Há algo na união do
espermatozóide com o óvulo que pode produzir um ser consciente. Mas se você
acredita que Deus existe, isso não muda o fato da origem da sua consciência -
você ainda a recebeu de seus pais, que a herdou de seus pais, e assim por
diante, desde Adão e Eva. Esse conceito de que você recebeu sua alma de Adão e
Eva - na verdade, que em um sentido muito real você é Adão e Eva - é chamado de
Traducianismo.
O
termo traducianismo vem da palavra
latina tradux, que é traduzida como videira. Da mesma forma que uma videira
transfere sua natureza inerente, de sua própria raiz a todos os caules e folhas
subsequentes, transmitimos nossas almas aos nossos descendentes quando nos
reproduzimos. Agostinho explicou bem:
Pois
todos nós estávamos naquele homem ... A natureza seminal estava lá a partir da
qual deveríamos ser propagados; e este sendo viciado pelo pecado, preso pela
cadeia da morte, e justamente condenado, o homem não poderia nascer em qualquer
outro estado. E assim, do mau uso do livre arbítrio, originou-se toda a cadeia
do mal, que, com sua concatenação de misérias, transporta a raça humana desde
sua origem depravada, como de uma raiz corrupta, até a destruição da segunda
morte, que não tem fim, apenas sendo excluídos aqueles que são libertos pela
graça de Deus.[35]
Millard
Erickson colocou da mesma forma: “A totalidade de nossa natureza humana, tanto
física quanto espiritual, material e imaterial, foi recebida de nossos pais e ancestrais
mais distantes por meio da descendência do primeiro par de seres humanos.”[36]
Isso não significa que cada espermatozóide tem uma alma e cada óvulo tem uma
alma. J.P. Moreland explica como funciona o Traducianismo:
O
Traducianismo segue o modelo da antiga doutrina Aristotélica da mudança
substancial, na qual duas coisas se juntam, têm o potencial de formar uma
substância inteiramente nova em conjunção uma com a outra e deixam de existir
quando a nova substância passa a existir. Portanto, cada espermatozóide e cada
óvulo têm potencialidades anímicas para formar um novo corpo com alma quando se
unem. Portanto, não é a alma do pai e da mãe que é relevante, mas as
potencialidades do óvulo e do esperma.[37]
Portanto,
não é que cada espermatozóide e cada óvulo tenham uma alma, mas que os dois se
combinam para formar uma alma.
Shedd
disse corretamente sobre o Traducianismo que “a preponderância da representação
bíblica o favorece”.[38] Eva foi “tirada do homem” (Gênesis 2: 22-23), e não há
indício de que Deus enviou uma alma para ela. Como disse Shedd, "a fêmea
foi produzida em sua totalidade sobrenaturalmente a partir do macho".[39]
Depois, Gênesis se refere a Eva como "a mãe de todos os viventes"
(3:20) e diz de Adão que ele "gerou um filho à sua semelhança, conforme
sua imagem” (5: 3). Em outras palavras, seus filhos, ou mesmo uma parte
substancial de seus filhos, a partir de então não são criados ex nihilo (do nada), mas são oriundos da
reprodução sexual deles.
Como
vimos antes, Jesus disse em João 3: 6: “O que é nascido da carne é carne, e o
que é nascido do Espírito é espírito”. Até nascermos de novo, somos apenas
carne adâmica que precisa nascer do alto (João 3: 3,7; 1 Pedro 1:23). Jesus
disse em João 8:23: “Vós sois de baixo; Eu sou de cima; vós sois deste mundo,
Eu não sou deste mundo." Em outras palavras, as almas humanas não são
especialmente criadas por Deus e não vêm "de cima". Estas e outras
passagens apóiam que herdamos nossas almas de Adão e Eva.[40] Existem muitos
outros argumentos a favor do Traducianismo, mas eles estão fora do escopo desta
pesquisa.[41]
Agora,
há alguns que argumentam contra o Traducianismo e defendem o criacionismo
especial (a visão de que Deus cria uma alma especialmente no momento da
concepção e envia essa alma para o concebido). Mas Efésios 2: 3 diz que somos
todos “por natureza filhos da ira”. Se nossas almas foram especialmente criadas
por Deus, então o criacionista especial está numa posição estranha para
explicar por que Deus criaria uma alma perfeita e então a enviaria para a carne
Adâmica, que imediatamente a corrompe e a torna digna da ira de Deus.[42]
Mesmo
que eu tenha defendido que recebemos nossas almas de Adão e Eva, o resto da
teodicéia que apresentarei não depende de alguém que se apegue ao Traducianismo.
Na verdade, pode-se ser um criacionista especial e aceitar a todo o argumento que
se segue. A única questão divergente é, como eu disse, o criacionista especial
tem que explicar algo que o traducianista não precisa: Por que Deus criaria uma
alma perfeitamente boa - a base de quem você realmente é como um ser - apenas
para enviá-la à carne Adâmica para ser imediatamente corrompida e, portanto,
merecedora da ira de Deus? De qualquer maneira, a alma é corrompida na
concepção. O Traducianismo, entretanto, remove um passo extra da teodicéia.
O
fato de termos recebido nossas almas de Adão e Eva é particularmente
problemático para aqueles que têm um forte senso do individualismo Ocidental.
Muitos de nós gostamos de pensar que somos todos unidades individuais não conectadas a todas as outras. Mas
existe uma união orgânica entre todos nós. A propósito, em minhas interações
com alunos da Ásia, descobri que eles não lutam para aceitar esse senso de
identidade corporativa tanto quanto os Ocidentais.
Eu
costumava me perguntar por que a Bíblia não menciona Adão com mais frequência,
quando ele é tão importante para nossa existência. Então aprendi que a palavra adão ocorre com certa regularidade no
Antigo Testamento, e a razão de não percebermos isso é que as Bíblias inglesas
traduzem a palavra hebraica adão como
"homem" ou "humano". Em outras palavras, aqueles que lerem
o texto Hebraico verão a palavra/nome adão/Adão em todo o Antigo Testamento. Por
exemplo, a frase “filho do homem” é usada cerca de 250 vezes no Antigo
Testamento, e a palavra Hebraica traduzida para “homem” em todas essas ocasiões
é adão. Por exemplo, o Senhor disse
em Ezequiel 14: 12-14,
Filho do homem [adão], quando uma terra pecar contra mim, se rebelando gravemente,
então estenderei a minha mão contra ela, e lhe quebrarei o sustento do pão, e
enviarei contra ela fome, e cortarei dela homens [adão] e animais. Ainda que estivessem no meio dela estes três homens,
Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o
Senhor DEUS.
Assim,
o leitor do Antigo Testamento Hebraico não ficaria confuso sobre nossa
identidade com Adão.[43]
O
que tudo isso significa, então, é que todos nascemos com uma natureza inclinada
ao pecado. De fato, Davi confessou no Salmo 51: 5: “Eis que em iniquidade fui
formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Na aula, mostro aos meus alunos
uma capa de um álbum em preto e branco de Lady Gaga com cor apenas em seus lábios
vermelhos em metálico. Seus cabelos platinados despenteados, sua boca aberta como
em um rosnado, sua sombra preta com uma faixa espessa de olhos intensos
sublinhados dão a ela uma aparência selvagem e voraz, e o título do álbum é Born This Way [nascido dessa forma]. E a
isso eu digo: "Oh, sim, você foi!" Todos nós nascemos assim.
Independentemente
de como se chega à doutrina do pecado original, ela tem grande poder
explicativo. Como disse o filósofo Alvin Plantinga: “A doutrina do pecado
original foi verificada nas guerras, crueldade e ódio geral que caracterizaram
a história humana desde o seu início até o presente.”[44] Até o ateu Michael
Ruse concorda: “Acho que o Cristianismo está certo sobre o pecado original -
como alguém poderia pensar de outra forma, quando o povo mais civilizado e
avançado do mundo (o povo de Beethoven, Goethe, Kant) abraçou aquele Hitler e
participou do Holocausto?”[45]
Às
vezes as pessoas perguntam como Jesus poderia ter nascido sem uma natureza
pecaminosa, se o Traducianismo for verdadeiro, pois Ele teria herdado uma
natureza pecaminosa de Maria. Francamente, não vejo problema. Deus certamente é
capaz de resolver esse ponto, especialmente porque com a concepção de Jesus, o
esperma do homem não estava presente. Além disso, Gênesis nos diz que aquele
que pisará a cabeça serpente virá da semente/descendência da mulher (Gênesis
3:15). O Senhor poderia facilmente ter dito que aquele que pisaria a cabeça da
serpente viria da semente/descendência tanto do homem quanto da mulher, mas Ele
não revelou assim. É inteiramente possível que a natureza pecaminosa seja
passada através do esperma do homem e não do óvulo da mulher.
Agora,
é claro, Deus poderia ter feito de outra maneira, mas não precisamos saber o
mecanismo exato que Deus usou, assim como não preciso entender de aerodinâmica
para viajar de avião. Tudo o que é importante para nossos propósitos presentes
é o fato de que a semente de Adão foi corrompida. No próximo capítulo,
examinaremos o mal devastador que a família de Adão perpetrou.
Já
tive pais de crianças reclamando que não há nenhuma maneira possível de que seus
pequenos pacotes de alegria terem nascidos corrompidos - eles são tão fofos.
Mas a maioria das pessoas que têm filhos mais velhos - mais velhos tipo
"os terríveis dois anos" - percebem que isso é falso. Como disse
Agostinho: “A única característica inocente dos bebês é a fraqueza de suas
estruturas; as mentes das crianças estão longe de ser inocentes.”[46] Isso é
correto, não é? Na aula, mostro uma imagem de um bebê irado de rosto vermelho e
os alunos sempre riem. Bebês enfurecidos não são bons, e é bom que eles não
possuam corpos que pudessem causar danos reais! Dito isso, embora bebês
certamente possuam uma natureza pecaminosa, isso não significa que, quando zangados,
estão realmente cometendo pecados, já
que realmente não tem consciência disso.
Portanto,
a condição humana, quando se trata de bondade, é esta: Todo mundo nasce com uma
natureza pecaminosa. E da perspectiva de Deus, a semente de Adão não merece
viver - mesmo quando são pequenos - porque seu fruto fora de Cristo é sempre
venenoso. Isso não significa que os pequenos estejam perdidos, mas que não merecem viver. A verdadeira questão a
respeito dos bebês é sobre o destino eterno deles, e esse tema é examinado no
capítulo “What Is the Destiny of the Unevangelized?” ["Qual é o destino
dos não evangelizados?"]
Já
ouvi pessoas dizerem: "Bem, se do ponto de vista de Deus, os filhos não merecem viver, então por que você não é
a favor do aborto?" A resposta é simples: mesmo que as crianças sejam
corrompidas pelo pecado, elas ainda são criadas à imagem de Deus (embora essa
imagem seja manchada pelo pecado), e Deus reserva para Si mesmo o direito de
tirar a vida de uma pessoa. Não conheço nenhum teólogo Cristão que acredite que
o pecado original oblitera completamente a imagem de Deus, mas essa imagem
certamente foi corrompida.[47] Que todos nós fomos corrompidos pelo pecado e somos
merecedores da condenação são as más notícias. A boa notícia é que em Cristo,
você não é apenas perdoado de seus pecados, você tem uma união orgânica com
Jesus. E a semente de Cristo sempre merece o céu, mesmo que ainda não tenha
dado muito fruto, porque como a semente de Cristo, eventualmente dará muito
fruto (presumindo que haja tempo suficiente para que isso aconteça).
Às
vezes, as pessoas gritam: "Você está me dizendo que o guarda nazista que
matou milhares estará no céu se confiar em Cristo antes de morrer?" Eu
respondo: “Sim, ele será salvo assim como o médico abortista que matou milhares
estará no céu se ele se arrepender e confiar em Cristo antes de morrer. Não só
isso, mas todas as pessoas que foram favoráveis ao trabalho do médico abortista
legalizado para que ele pudesse continuar sugando, raspando e escaldando
crianças até a morte também serão salvas se se arrependerem e confiarem em
Cristo antes de morrer.”[48] Nunca vi ninguém insistir neste ponto.
Outra
objeção que tenho ouvido com freqüência é esta: "Mas Deus não poderia ter
criado outra pessoa que não tivesse pecado?" Mas foi isso que Deus fez!
Claro, Jesus não foi criado, mas Ele se tornou homem e guardou todos os
mandamentos de Deus perfeitamente. E agora, ao confiar em Jesus, todos podemos
ser salvos! De fato, o Novo Testamento chama Jesus de "o último
Adão". Romanos 5: 14-15 diz que Adão era “a figura daquele que havia de vir. Mas não é assim o dom
gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito
mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo,
abundou sobre muitos.”[49] Da mesma forma, em 1 Coríntios 15: 22, 45
aprendemos que “porque, assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo
todos serão vivificados ... O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente; o
último Adão tornou-se um espírito vivificante”. Mas quando Jesus veio, a
humanidade havia sido educada pelo horror do pecado e da corrupção. A essa
altura, muitos perceberam que eram pecadores desesperados (exceto aqueles como
os fariseus, que pensavam que todos eram pecadores desesperados, exceto eles
próprios).
Considere
as semelhanças entre a tentação de Eva e a tentação de Jesus. Gênesis 3: 6 diz:
“A mulher viu que a árvore era boa para se comer ...” (“os desejos da carne” 1
João 2:16); Mateus 4: 3 diz que depois de Jesus jejuar 40 dias, Satanás disse a
Ele: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.”
Depois
em Gênesis 3: 6 diz que o fruto “agradou aos olhos” (“o desejo dos olhos” 1
João 2:16); Mateus 4: 8-9 diz que “o diabo levou [Jesus] a um monte muito alto
e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória. E ele disse a Jesus: “Tudo
isso te darei, se prostrado me adorares”.
E,
por fim, Gênesis diz que Eva viu que “a árvore era desejável para dar entendimento”
(“a soberba da vida” 1 João 2:16); da mesma forma, Mateus 4: 6 diz que Satanás
disse a Jesus: “Se tu és o
Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos
dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com
o teu pé em alguma pedra.”
Jesus
enfrentou todas essas tentações sem pecado. Ele é o "último Adão" - o
único de que precisaremos.
Às
vezes, as pessoas reclamam que nós não escolhemos nascer pecadores. Isso é
verdade - não tivemos escolha, assim como as pessoas nascidas em famílias de
alcoólatras, famílias empobrecidas ou famílias de má reputação não tiveram
escolha. Mas podemos nos voltar para Jesus, o último Adão, e nascer de novo em
uma nova família e receber uma nova natureza.[50]
A tragédia pode se tornar uma bênção
Quando
o jogador de futebol americano do Philadelphia Eagles Jon Dorenbos tinha 12
anos, seu pai espancou sua mãe, Kathy, até a morte com uma ferramenta elétrica.
O pai de Jon foi condenado a 13 anos de prisão. A irmã de Kathy, Susan, ganhou
uma intensa batalha legal para obter a custódia de Jon e sua irmã. No programa America’s Got Talent, onde Jon estava
realizando uma mágica, sua tia e mãe, Susan, disse sobre o incidente que
"a pior tragédia da minha vida se tornou no meu maior presente".[51]
Algo verdadeiramente trágico também pode se tornar em uma bênção.[52]
Existe
no Cristianismo o que é chamado de tradição Ó
felix culpa. Ó felix culpa é o
latim para "A queda afortunada". Em outras palavras, embora o pecado
de Adão tenha sido trágico - e foi
realmente trágico - o Senhor o usou para o bem. A Queda preparou o caminho para
o Vencedor celestial, o Herói Cósmico Jesus, vencer Satanás, o mal e a morte.
Jesus é o esmagador de serpentes.
Há
mais do que isso. Paulo concluiu Romanos com uma advertência de que devemos
“estar atentos aos que causam divisões e criam obstáculos contrários à doutrina
que vos foi ensinada; Evite-os." Ele disse que “com palavras suaves e
lisonjas enganam o coração dos ingênuos” (Romanos 16: 17-18). Foi o que Satanás
fez, certo? Satanás trouxe divisão ao mundo, ao fazer separação do homem com Deus
e fazer inimizades entre os homens. Então, no versículo 19, Paulo disse, em uma
alusão clara à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal: “E quero que sejais sábios
no bem, mas simples no mal”. Por fim, Paulo disse no versículo 20 que “o Deus
de paz em breve esmagará Satanás debaixo dos vossos pés”. Em outras palavras, Jesus não é apenas o esmagador de
serpentes; nos juntamos a Jesus para esmagar Satanás sob nossos pés!
Para
resumir, Adão e Eva são nossos pais. Eles pecaram, se reproduziram e aqui
estamos. Mas se esses fatos ainda são horríveis para você - e deveriam ser -
então leve a sério a lição cósmica aqui: Odeie o pecado! E o pecado deve
levá-lo a confiar no último Adão, Jesus, o único que pode salvá-lo do seu
pecado.
____________________
Fonte:
JONES, Clay. Why
Does God Allow Evil? Compelling Answers for Life´s Toughest Questions. Eugene,
Oregon: Harvest House Publishers, 2017
Tradução
Walson Sales
[Nota do tradutor: a tradução deste
capítulo tem a intenção precípua de buscar editoras interessadas em comprar os
direitos autorais e publicar a obra completa em português. Os demais objetivos
são para informar os amantes de Teologia e Filosofia sobre assuntos correlatos
diversos e suas conexões e interseções.]
____________________
Notas:
[1] Às
vezes, as pessoas se perguntam por que falamos sobre o pecado de Adão, e não o
pecado de Adão e Eva. A resposta é que a Escritura sempre culpa Adão (por
exemplo, Romanos 5:12: “Portanto, assim como o pecado veio ao mundo por um só
homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens
porque todos pecaram”). Além disso, os olhos de Eva não foram
"abertos" até que Adão também tenha comido.
[2] NVI.
[3] C.S. Lewis, The
Screwtape Letters (New York: HarperCollins, 1996), 44.
[4] A
maioria dos teólogos não acha que a serpente era o próprio Satanás, mas apenas
que Satanás falou por meio da serpente da mesma maneira que falou por meio de
Pedro a Jesus quando Pedro disse: “Isso nunca acontecerá com você”, mas Jesus
respondeu: “Para atrás de mim, Satanás! " Mateus 16: 21-23. Veja
Apocalipse 12: 9 para a identificação de Satanás com a serpente.
[5] Observe
que "multiplicar" a dor significa que naturalmente havia dor como
parte da criação original de Deus de Adão e Eva. Assim, a dor não é um mal em
si.
[6] O
movimento de libertação das mulheres não ajudou. Um importante estudo de 2009
concluiu que as mulheres estão cada vez mais infelizes: “Por muitas medidas
objetivas, a vida das mulheres nos Estados Unidos melhorou nos últimos 35 anos,
mas mostramos que as medidas de bem-estar subjetivo indicam que a felicidade
das mulheres diminuiu absolutamente e em relação aos homens. O paradoxo do
declínio do bem-estar relativo das mulheres é encontrado em vários conjuntos de
dados, medidas de bem-estar subjetivo e é generalizado em grupos demográficos e
países industrializados. Os declínios relativos na felicidade feminina
corroeram uma lacuna de gênero na felicidade, na qual as mulheres na década de
1970 geralmente relatavam um bem-estar subjetivo maior do que os homens. Esses
declínios continuaram e uma nova lacuna de gênero está surgindo - com maior
bem-estar subjetivo para os homens”. Betsey
Stevenson e Justin Wolfers, “The Paradox of Declining Female Happiness,” National Bureau of Economic Research,
acessado em 22 de julho de 2016, http://www.nber.org/papers/w14969.pdf. Para
mais informações, consulte Clay Jones, “Women's Liberation and Female
Unhappiness,” Clay Jones blog, 23 de junho de 2011,
http://www.clayjones.net/2011/06/woman%E2%80%99s-%E2%80%9Cliberação%E2%80% 9D-and-female-unhappiness/
[7] Gordon
Wenham traduz como "A terra está amaldiçoada" e mais tarde se refere
a ela como "a maldição no solo ..." Gordon J. Wenham, Gênesis
1-15, Word Biblical Commentary
(Grand Rapids: Zondervan, 1987), 82. Não há nenhum sentido em dizer
que a maldição significa que Adão fará o mal com a terra, amaldiçoando-a assim.
Com relação à maldição do solo, Bruce K. Waltke escreve que “a relação natural
do homem com o solo - governá-lo - é invertida; em vez de se submeter a ele,
ela resiste e, eventualmente, o engole.” Bruce K. Waltke, Genesis: A Commentary (Grand Rapids: Zondervan, 2001), 95. Kenneth
A. Matthews escreve que “a punição revela que o pecado do homem é a causa da
'maldição' contra o solo, resultando em sua colheita de espinhos e cardos ... O
solo agora será seu inimigo, em vez de seu servo.” Kenneth A. Matthews, Gênesis 1-11: 26, New American Commentary (Nashville: Holman
Reference, 1996), 252. Walter Bruggemann, ao comentar Gênesis 5:29,
chama-o de "o solo amaldiçoado por Deus ..." Walter Brueggemann, Genesis, Interpretation: A Bible Commentary for Teaching and Preaching
(Atlanta: John Knox, 1982), 69.
[8] Robert R. Gonzales, Jr., Where Sin Abounds: The Spread of Sin and the Curse in the Book of
Genesis with Special Focus on the Patriarchal Narratives (Eugene, OR: Wipf
& Stock, 2009), 48. Gonzalez explica, “É difícil ... escapar da
avaliação abrangente de Paulo sobre o escopo da maldição: 'Pois a criação (ή κτίσις) foi submetida à futilidade' e está em
'escravidão para a decadência'. Além disso, 'toda a criação (πασα ή κτίσις), ‘análogo à mulher,' tem gemido as dores
do parto até agora' (Rm 8: 20-22). Conseqüentemente, Paulo, seguindo o ensino
de Gênesis e o resto do AT, acreditava que o pecado humano tinha ramificações
ecológicas. Assim, Deus toca Adão naquele ponto de sua vida relacionado ao foco
principal de seu papel de cumprir o mandato da criação. O homem deveria
governar o solo com alegria e sucesso. Agora o solo governará sobre ele ...
Portanto, as palavras de Yahweh devem ser lidas como uma prescrição da punição do homem, não apenas como uma descrição do resultado da desobediência
do homem." Ibid., 48-49, 50.
[9] Não
está tão claro exatamente o que aconteceu ao nosso mundo na Queda, mas defendo
a posição Cristã histórica de que foi a Queda que foi a origem da maioria,
senão de todas, as pestes e doenças que atualmente encontramos. Mas isso causa
um problema para aqueles que defendem a visão da terra antiga (como disse na
introdução, assumo uma posição agnóstica em relação à idade da terra, mas
afirmo que Adão e Eva foram especialmente criados por Deus). O problema, para
aqueles que defendem a visão da terra antiga, é que se a terra é mais velha do
que Adão e Eva, então surge a pergunta: como explicar a morte de animais e
outras doenças que podem ter ocorrido antes da queda?
Existem
três respostas possíveis. Em primeiro lugar, embora seja difícil imaginar que o
câncer e uma infinidade de outras doenças fizessem parte da terra "muito
boa" de Deus, isso não significa que aqueles que defendem uma visão da
terra antiga possam não estar corretos no que diz respeito as placas tectônicas
e ao vulcanismo e, portanto, até mesmo terremotos podem ter feito parte da
terra “muito boa” de Deus (placas tectônicas, vulcanismo e terremotos podem ter piorado como resultado da
Queda - quem sabe?). Afinal, fora do Jardim do Éden, o homem recebeu a ordem de
“subjugar” a terra, o que sugere, no
mínimo, que a terra precisava ser subjugada. Portanto, algumas das coisas
que consideramos males naturais, como terremotos, podem ter sido uma parte da
criação muito boa de Deus.
Além
disso, é possível que a morte animal
tenha ocorrido antes da Queda como parte da boa terra de Deus. Embora eu não
tivesse mencionado nada sobre a idade
da Terra enquanto falava em uma igreja em San Diego, fui encurralado (não há
maneira melhor de dizer) por um casal de criacionistas dos seis dias literais
que insistiram que eu deveria tomar uma posição sobre a idade da terra. Uma das
perguntas que eles fizeram foi se os animais que comem uns aos outros poderiam
fazer parte da boa criação de Deus. Minha resposta foi: “Talvez”. A Escritura
não diz que não houve predação de animais antes da queda - especialmente fora
do jardim (Romanos 5:12 não precisa se aplicar a não-humanos). Assim, a
intuição do criacionista dos seis dias literais de que a predação dos animais
não poderia ter sido uma parte da terra "muito boa" de Deus não passa
de intuição. Além disso, se a morte animal não tivesse precedido a Queda, não
tenho certeza de como Adão e Eva poderiam ter entendido o aviso de Deus:
"No dia em que você comer do fruto, você certamente morrerá", já que
eles nunca tinham visto um animal morrer. Além do mais, Jesus, em Seu corpo
pós-ressurreição, comeu peixe (Lucas 24: 42-43). Em vez de peixe, Jesus poderia
ter comido um croissant, mas o Senhor da glória comeu peixe. Ademais, a Bíblia
nos diz que comeremos carne no céu (Isaías 25: 6). Eu percebo que
"carne" pode ser metafórico nessa passagem, mas se vamos entender
esse versículo literalmente (como os criacionistas dos seis dias literais tendem
a insistir), então comeremos carne no céu. Novamente, não estou
dizendo que essas coisas devam ser assim; Estou apenas dizendo que é
logicamente possível que a predação e a morte de animais ocorreram antes da
queda.
Em
segundo lugar, se a terra é antiga, então é lógica e escrituristicamente possível que Deus tenha permitido que
certos males naturais (como predação animal e doenças) ocorressem em antecipação à Queda. Assim, William A.
Dembski pode estar correto ao dizer que Deus permitiu que o mal natural
ocorresse antes e em antecipação à Queda. Dembski escreve: “Ao fazer uma
abordagem retroativa à Queda, que traça todo o mal no mundo de volta ao pecado
humano (até o mal que antecede o pecado humano), a teodicéia que desenvolvo
preserva a visão tradicional de que o mal natural é uma consequência da Queda."
William A. Dembski, The End of Christianity: Finding a Good God
in an Evil World (Nashville: B&H, 2009), 130. Além
disso, Dembski destaca que se a terra é antiga, “por que colocar Adão e Eva em
um jardim que é separado do resto da terra se o resto da terra não for afetado
pelo mal natural? Nesse caso, toda a terra não seria um jardim, um paraíso?
Parece que a visão retroativa da queda explica algumas coisas que permanecem
anômalas na visão da terra jovem.” William
A. Dembski, "Old Earth Creationism and the Fall," Christian Research Journal 34-4 (2011),
acessado em 12 de agosto de 2016, http://www.equip.org/article/old-earth-creationism-and-the-fall/.
Terceiro,
embora eu não veja como isso poderia ser aplicado à morte de animais, a teoria
da lacuna é bíblica e logicamente possível. A teoria da lacuna é a ideia de que
existe uma “lacuna” entre Gênesis 1: 2 e o resto do capítulo 1. Em resumo, o
argumento defende que Deus criou os céus e a terra em Gênesis 1: 1, mas então
diz em Gênesis 1 : 2a que, "A terra era sem forma e vazia, e as trevas
cobriam a face do abismo." Muitos interpretam “sem forma e vazia” como
significando que a criação se tornou, em certo sentido, corrompida. Como disse
o professor de Antigo Testamento e hebraico Allen P. Ross: “Na primeira parte
de Gênesis 1: 2, há um tom agourento e desconfortável. As cláusulas descrevem
não os resultados da criação divina, mas um caos no estágio inicial deste
mundo. Não é o propósito do Gênesis dizer ao leitor como o caos surgiu ... O
expositor deve tirar algumas conclusões de outras passagens com descrições
semelhantes. Se alguém pode postular que a queda de Satanás (Ezequiel 28)
trouxe o caos na criação original de Deus, então Gênesis 1 descreve uma
recriação, do primeiro ato de redenção de Deus, salvando seu mundo e criando
todas as coisas novas.” Allen
P. Ross, Creation and Blessing: A Guide
to the Study and Exposition of Genesis (Grand Rapids: Baker, 1988), 107.
[10] James D.G. Dunn, Word Biblical Commentary Volume 38A: Romans 1–8 (Dallas: Word,
1988), 487-488.
[11] Por
exemplo, Douglas J. Moo chama essa passagem de Romanos de uma "referência
óbvia à narrativa de Gen. 3". Douglas
J. Moo, The Epistle to the Romans, The
New International Commentary on the New Testament, ed. Gordon
D. Fee (Grand Rapids: Eerdmans, 1996), 515. Por outro lado, John Murray diz que
esses versículos são "certamente o comentário de Paulo sobre Gênesis 3:17,
18." John Murray, The Epistle to the Romans: The English Text
with Introduction, Exposition and Notes, The New International Commentary
on the New Testament, gen. ed. F.F. Bruce (Grand Rapids: Eerdmans, 1980,
reimpressão 1959), 303. Ainda outro, Robert H. Mounce escreve que “porque Adão
desobedeceu comendo o fruto proibido, Deus amaldiçoou o solo (Gn 3: 17-18; cf.
5 : 29). A obra redentora completa de Deus inclui a reversão desta maldição.” Robert H. Mounce, New
American Commentary: Volume 27 — Romans (Nashville: B&H, 1995), 184. James
D.G. Dunn também chama essa passagem de Romanos de uma "alusão clara às
narrativas da criação e da queda do homem / Adão ..." James D.G. Dunn, Word
Biblical Commentary Volume 38A: Romans 1-8 (Dallas: Word, 1988), 487.
[12] Murray, The
Epistle to the Romans, 301-302. Ênfase do autor.
[13] Moo, The
Epistle to the Romans, 514.
[14] Robert H. Mounce, Romans, 185.
[15] Murray, The
Epistle to the Romans, 303.
[16] Moo, The
Epistle to the Romans, 516.
[17] NVI.
[18] Alguns
ficaram preocupados com o fato de que Adão e Eva não morreram imediatamente
quando comeram o fruto, mas isso é semelhante a 1 Reis 2: 36-37: “Depois mandou o rei, e chamou a
Simei, e disse-lhe: Edifica-te uma casa em Jerusalém, e habita aí, e daí não
saias, nem para uma nem para outra parte. Porque há de ser que no dia em que
saíres e passares o ribeiro de Cedrom, de certo que sem dúvida morrerás; o teu
sangue será sobre a tua cabeça.” Simei mais tarde cruzou o vale e
Salomão o matou quando recebeu a notícia do que havia acontecido. Como escreve
Blocher: "Esta passagem prova o significado da expressão hebraica:
'naquele dia você cairá sob o poder de uma sentença de morte'. A advertência não
implicava a ameaça de morte que seria executada imediatamente. A sentença do
juiz está em perfeita concordância com sua advertência anterior.” Da mesma
forma, aqui na América, a expressão “Homens mortos caminhando” é usada para se
referir àqueles que aguardam a execução na prisão. Henri Blocher, In
the Beginning: The Opening Chapters of Genesis (Downers Grove, IL:
InterVarsity, 1984), 184.
[19] Incluo
o suicídio como auto-morte.
[20] Leia
Efésios 2: 1-3; 1 João 3: 8-10; 2 Timóteo 2:26; Atos 26:18.
[21] John Hick, Evil
and the God of Love (New York: Palgrave Macmillan, 2007), 250.
[22] C.S. Lewis, Mere
Christianity (New York: HarperOne, 1996, reprint 1952), 49.
[23]. William A. Dembski, The End of Christianity: Finding a Good God in an Evil World
(Nashville: B&H, 2009), 27-28.
[24] Nathaniel Brandon, The Six Pillars of Self-Esteem (New York: Bantam, 1994), 148.
[25] Ian A. McFarland, In Adam’s Fall: A Meditation on the Christian Doctrine of Original Sin
(West Sussex: Wiley-Blackwell, 2010), ix.
[26] Hick, Evil
and the God of Love, 249.
[27] Às
vezes também chamado de união forense.
[28] A
ideia de que Deus teria que colocar bilhões de seres humanos que já existiram
em seus próprios Edens para enfatizar o fato de que todos teriam feito o mesmo
é boba.
[29] William G.T. Shedd, Dogmatic Theology, 3d ed., ed. Alan W. Gomes (Phillipsburg, NJ:
P&R, 2013), 435.
[30] Clay Jones, “Original Sin: Its Importance and
Fairness,” Christian Research Journal
34-6 (2011), acessado em 29 de Agosto de 2016,
http://www.equip.org/article/original-sin-its-importance-and-fairness/.
[31] Ibid., 564.
[32] Ibid., 442.
[33] Millard J. Erickson, Christian Theology, 2d ed. (Grand Rapids: Baker, 1998),
652.
[34] Na
verdade, Shedd argumentou: “Se a posteridade estivesse presente, como a união
natural implica, ela não poderia ser representada; pois isso supõe ausência. Se
eles estivessem ausentes, como indica a união representativa, eles não poderiam
estar presentes”. Shedd, Dogmatic
Theology, 436. Mas, novamente, eu afirmo que estávamos realmente lá, contudo,
em certo sentido, não estávamos porque não tínhamos consciências individuais.
[35] Agostinho, The
City of God, trans. Marcus Dods (New York: Modern Library, 1950), 422-423. Alguns
dos versículos usados para apoiar o fato de que herdamos uma natureza
pecaminosa são os seguintes: Romanos 7:14: “Porque sabemos que a lei é
espiritual, mas eu sou da carne, vendido sob o pecado.” Romanos 7:20: “Agora,
se faço o que não quero, já não sou eu que o faço, mas o pecado que habita em
mim.” Romanos 7:25: “Com a minha carne sirvo à lei do pecado.”
[36]
Erickson, Christian Theology, 654.
[37] Da
correspondência pessoal com o ilustre professor de filosofia em Talbot, J.P.
Moreland, em 14 de maio de 2014.
[38]
Shedd, Dogmatic Theology, 438.
[39]
Ibid, 439.
[40] Para
uma exposição mais completa, veja Shedd, Dogmatic
Theology, 438-444.
[41] Para
argumentos teológicos a favor do Traducianismo, veja Shedd, Dogmatic Theology, 444ff.
[42] Embora
seja verdade que muitos teólogos ortodoxos se apegaram à criação especial, não
é surpresa que o herege Pelágio (nascido c. 354 - falecido depois de 418), defendia
que os seres humanos não herdaram uma natureza pecaminosa de Adão, também era
um criacionista especial.
[43]
C.S. Lewis ilustrou este ponto na série as Crônicas de Nárnia, onde ele se
refere aos seres humanos como “filhos de Adão” ou “filhas de Eva.”
[44] Alvin Plantinga, Warranted Christian Belief (Oxford: Oxford University, 2000), 207.
[45] Michael Ruse, “Darwinism and Christianity Redux:
A Response to My Critics,” Philosophia
Christi 4 (2002), 192. Ruse continua: “Acho que São Paulo e os
grandes filósofos Cristãos tiveram percepções reais sobre o pecado, a liberdade
e a responsabilidade, e quero construir sobre essas ideias, em vez de me
afastar delas”. Ibid.
[46] Santo Agostinho de Hipona, Confessions: With an Introduction and Contemporary Criticism,
trans. Maria Boulding, ed. David Vincent Meconi (San Francisco: Ignatius,
1997), 13. Book 1, chapter 7. Agostinho continua: “Observei e
experimentei por mim mesmo o ciúme de uma criança: ela não conseguia nem falar,
mas olhava com fúria lívida para seu companheiro de infância. Todo mundo já viu
isso ... Isso deve ser considerado inocência, essa recusa em tolerar um rival
por uma fonte de leite ricamente abundante ... Comportamentos desse tipo são
alegremente tolerados, no entanto, não porque seja trivial ou de pouca
importância, mas porque todos sabem que vai desaparecer à medida que o bebê
crescer.” Ibid.
[47] Embora
seja verdade que alguns teólogos dirão que a imagem de Deus foi completamente
perdida na Queda, em outros lugares eles irão modificar essa fala e dizer
“quase completamente” perdida. Como escreve o professor de bioética John F.
Kilner, “Quando Lutero não estava descartando totalmente a imagem, ele a
caracterizava como 'quase completamente perdida', com apenas características 'remanescentes
débeis e quase completamente obliteradas' deixadas. Johann Gerhard também
admitiu que, no máximo, alguns "pequenos resquícios" da imagem
permanecem. Calvino se referiu de forma mais consistente a uma imagem quase
perdida da qual meros 'traços' ou um 'remanescente ou lineamentos' permanecem.
O resultado foi um entendimento influente nos círculos protestantes, de que os
seres humanos pecaminosos virtualmente perderam a imagem de Deus.” John F. Kilner, Dignity
and Destiny: Humanity in the Image of God (Grand Rapids: Eerdmans, 2015),
164.
[48] Embora
eu não esteja dizendo que não há verdadeiras conversões no leito de morte (o
ladrão na cruz se enquadraria nessa categoria), suspeito que elas são raras e
que aqueles que estão mergulhados no mal raramente se envolvem em verdadeiro
arrependimento pouco antes de suas mortes.
[49]
Robert H. Mounce: “Ele é um 'tipo' no sentido de que, como Cristo, ele é o
chefe corporativo de uma raça de pessoas. Enquanto todos estão em Adão em
virtude do nascimento na família humana, somente aqueles que pela fé se tornam
membros da nova humanidade estão em Cristo.” Mounce, Romans,
142, 132n.
[50] “Quem comete o pecado é do diabo;
porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou:
para desfazer as obras do diabo. Qualquer que é nascido de Deus não comete
pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido
de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer
que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.” 1 João 3:8-10
[51] Susan Hindman, “Judge cuts night one,” America’s Got Talent, Season 11, Episode
8, July 12, 2016, accessed 7-21-2016, http://www.nbc.com/americas-got-talent/video/judge-cuts-night-1/3065048.
[52] Jon
Dorenbos também é palestrante motivacional e compartilha sua perspectiva: “Abracei
tudo o que aconteceu na minha vida. Sem ressentimentos, sem raiva. Superei
todas essas coisas. Estar agora nesta fase da minha carreira e ajudar as
crianças ou qualquer pessoa que tenha passado pelo que já passei - e
infelizmente isso acontece muito mais do que as pessoas pensam e você percebe,
depois que algo traumático acontece, que de forma alguma você está sozinho - é
algo que estou feliz em fazer”. Jon
Dorenbos, “Dorenbos Shares Story On National TV”, The Official Site of the Philadelphia Eagles, August 18, 2014,
accessed July 21, 2016, http://www.philadelphiaeagles.com/news/dave-spadaro/article-1/Dorenbos-Shares-Story-On-National-TV/06f005fd-af9b-43b3-bc5c-02064b697cdb.
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