O Sr. acrescenta: “A doutrina da expiação feita por Cristo é a maior demonstração de que a ira a ser expiada não pode estar em Deus,” página 58. Quem diz “ira a ser expiada”? “A ira a ser expiada” não tem sentido nem é boa linguagem, é um solecismo ao qual o Sr. recorre perpetuamente (espero que não para tumultuar a causa propositadamente); que o pecado a ser expiado não pode estar em Deus todos nós concordamos, mas isto não afeta a questão.
Para silenciar imediatamente toda a contradição, para tapar a boca de todos os contraditores, o Sr. diz: “Que não há ira nem justiça vingativa em Deus, nenhum castigo imposto por Ele, é aberta e constantemente afirmado e repetido nas mais simples páginas das Escrituras.” Se isto ou o reverso é verdade será mostrado por alguns dos inumeráveis textos, vários dos quais citarei simplesmente, sem qualquer comentário, deixando-os à mercê da sua consideração.
O Sr. diz: 1) Não há justiça vingativa, punitiva em Deus. 2) Não há ira em Deus. 3) Deus não impõe castigo sobre qualquer criatura, neste mundo nem no vindouro.
Deus diz:
1) “O Senhor justo está
no meio de vós” (Sf 3.5). “Justiça e julgamento são a habitação do teu trono”
(Sl 89.14)...
2) “O Senhor ouviu as
suas palavras e indignou-se” (Dt1.34). “O Senhor irou-se contra mim por vossa
causa” (Idem 3.16)...
3) “Castigarei o mundo por causa do seu
mal e aos ímpios por causa da sua iniqüidade” (Is 13.11). “Eis que o Senhor vem
para castigar os habitantes da terra por causa da sua iniqüidade” (Idem
26.21)...
Agora, em quem devo crer? Em Deus ou no homem?
Cartas: “A William Law” (III, 350-51).
Voltando de Bedford tentei um outro
meio para alcançá-los. Preguei sobre: “Onde o seu verme não morre e o seu fogo
não se apagará,” e coloquei perante eles os terrores do Senhor do modo mais
forte que pude. Parecia que era exatamente o que eles queriam. Não somente
escutaram com a mais profunda atenção, mas pareciam mais movidos do que eu já
os tinha visto por meio de qualquer outro discurso.
Diário: “Quinta-feira, 26 de fevereiro de 1764” (V, 45).
A Escritura descreve Deus como juiz da
terra. Mas como julgará Deus com justiça o mundo? (Oh!, considerai isto, como
na presença de Deus, com reverência e temor piedoso!) como julgará Deus com
justiça o mundo se existe qualquer decreto de condenação?
Obras: “A predestinação calmamente considerada,” 31 (X, 221).
Não tomais vós o nome de Deus em vão?
Lembrais vós do dia de sábado para guardá-lo e santificá-lo? Não falais mal do
vosso governo? Não sois beberrões, glutões, passando os dias tão suntuosamente
quanto podeis, fazendo da vossa barriga um deus? Não vos vingais a vós mesmos?
Não sois fornicários ou adúlteros? Respondei sinceramente ao vosso coração, na
presença de Deus – o juiz de todos.
Por que dizeis, então, que credes nas Escrituras? Se as Escrituras são verdadeiras, vós estais perdidos. Estais no caminho largo que conduz à perdição. A vossa condenação não dorme. Vós estais acumulando ira para vós mesmos para o dia da ira e da revelação do justo julgamento de Deus. Sem dúvida, se as Escrituras são verdadeiras e vós permaneceis assim, seria bom para vós o não haverdes nascido.
Obras: “Um sincero apelo aos homens sensatos e religiosos,” 39 (VIII, 15).
Supondo que Deus tenha sido justo tanto
para com os eleitos como para com os condenados, vós supondes que a sua justiça
tenha sido separada dos seus outros atributos, particularmente da sua
misericórdia. Mas isso nunca aconteceu, nem acontecerá, nem será possível que
aconteça. Todos os seus atributos são inseparavelmente ligados, não podem ser
dividos nem por um momento.
Obras: “A predestinação calmamente considerada,” 23 (X, 217).
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