domingo, 3 de abril de 2022

Jo 3.16

 F. F. Bruce

 

O evangelista não tem a intenção de satisfazer nossa curiosidade quanto à resposta de Nicodemos às palavras de Jesus; os leitores podem tirar suas próprias conclusões das duas outras aparições de Nicodemos neste evangelho (Jo 7.50ss., 19.39ss.). Sua intenção é expor, em termos de aplicação universal, a lição ensinada a Nicodemos.

 Se há uma sentença que resume melhor a mensagem do quarto evangelho, aqui está ela. O amor de Deus não tem limites; ele engloba toda a humanidade. Nenhum sacrifício foi grande demais para trazer sua intensidade sem medidas a homens e mulheres: o melhor que Deus tinha para dar, ele deu – seu único Filho, tão amado. Também não foi só para um grupo ou povo que ele foi dado: ele foi dado para que todos, sem exceção ou distinção, os que põem sua fé nele (eis auton aqui, e não en auto, como no versículo anterior), possam ser resgatados da destruição e abençoados com a vida que é verdadeira. O evangelho da salvação e da vida tem sua origem no amor de Deus. A essência da mensagem da salvação é deixada tão clara que não permite mais dúvidas, em uma linguagem que pessoas de todas as raças, culturas e épocas podem compreender, e é exposta nestas palavras de maneira tão eficaz que, provavelmente, muitos acharam a vida mais através delas do que por meio de qualquer outro texto bíblico.

 Perecer (apolesthai) é a outra alternativa além de ter a vida eterna ou (como o versículo 17 diz) ser salvo (veja 8.24, onde os que se recusam a crer em Jesus “morrerão em seus pecados).

 

Fonte: João: Introdução e Comentário, p. 86, 87

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