segunda-feira, 9 de maio de 2022

VALORES MORAIS OBJETIVOS NO MUNDO

  

Por Walson Sales

 

É possível determinar o que é certo e errado sem Deus? Pressupondo que os ateus estejam certos sobre as principais declarações ateístas da atualidade, Deus não existe, e tudo veio à existência do nada, por nada e para nada. Se tudo veio ao acaso, qual seria o valor da nossa moralidade? Se o ateu estiver certo, não existem absolutos morais, e toda a moralidade é relativa. Não existe essa ideia de “viver uma vida digna, honrosa”. Não pode haver conceitos de punição pelo erro. Conceitos de justiça e injustiça não fazem nenhum sentido. Como poderia “algo” sair de uma sopa prebiótica aleatoriamente, sem direção, completamente ao acaso, passar pelo “zoológico” como um ser animal, sem consciência e sem definição de moralidade, e, de repente, esses seres terem consciência de moralidade? Copan afirma que os seres humanos, moralmente sensíveis, podem receber basicamente o que é certo com respeito à moralidade. No apêndice do livro de C.S. Lewis, The Abolition of Man, ele lista várias virtudes que têm sido aceitas através das eras e civilizações (por exemplo, gregos, egípcios, babilônicos, americanos nativos, indianos, hebreus). Roubo e assassinato são condenados nestes códigos legais, enquanto honrar os pais e manter o juramento do casamento são aplaudidos (apud DEMBSKI & LICONA, 2010, p. 21).

 

O Padrão de Moralidade Inato nos Seres Humanos

 

Existe um padrão de moralidade inato nos seres humanos. Perceba a força do argumento do Anderson, ou seja, considere nossa consciência de moralidade – certo e errado. Algumas pessoas dizem que a moralidade é relativa ao indivíduo (certo para mim, errado para você). Mas, no fundo, todos sabem que a moralidade é objetiva – algumas ações são verdadeiramente erradas e outras verdadeiramente certas, independentemente se alguém concorda com isso ou não. Nós reconhecemos nossas próprias transgressões e certamente sentimos culpa por isso (veja Rm 2.1-5). De onde vem nossa consciência de moralidade objetiva? Talvez ajamos como indivíduos ou como sociedades conforme nossos próprios gostos. Caso afirmativo, então, o Holocausto não foi um mal, mas foi apenas a expressão dos gostos morais dos nazistas alemães. Talvez a moralidade seja um produto da evolução instrumental para a sobrevivência humana. Caso afirmativo, o que chamamos “errado” hoje pode ser “certo” amanhã. De qualquer maneira, moralidade não é uma prescrição de como nós devemos nos comportar, mas é uma descrição de como nos comportamos. Se os padrões morais não estão fundados em algo transcendente (isto é, fora da humanidade), é impossível dizer (como todos fazemos) que alguma coisa é sempre moralmente errada (ou certa). Em termos simples: se não há nenhum Deus, o mal que o homem faz não é mau. A moralidade objetiva vem de um Deus transcendente, que declarou o que é certo e errado (e.g. Ex. 20) baseado no Seu caráter – Sua santidade, justiça e amor. Deus é a fonte do nosso conhecimento do certo e errado – a ideia de moralidade humana aponta para a existência de Deus (ANDERSON, 2010).

Os ateus estarão em apuros nesse tópico também. A maioria dos ateus entende que o Holocausto foi algo errado, mas baseado em quê? Quais são os valores morais em uma cadeia evolutiva? Não seria a sobrevivência do mais forte? Mas, e se alguns ateus levarem a sua crença até as últimas consequências? O filósofo Paul Copan, seguindo a mesma linha, afirma que os seres humanos não têm que procurar o que é moral lendo a Bíblia. Tal conhecimento está disponível a todas as pessoas. Romanos 2.14-15 diz que aqueles sem a revelação especial de Deus (A Escritura, Jesus Cristo) podem saber o certo e o errado. Eles têm a revelação geral de Deus de sua lei moral básica em sua consciência: “Os gentios que não têm lei [de Moisés] fazem institivamente as coisas da lei” (Rm 2.14). Não se assuste. Eles foram feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26, 27). Eles são constituídos para funcionarem adequadamente quando eles vivem segundo os desígnios de Deus. Então as pessoas (incluindo os ateus) cujos corações não foram endurecidos ou auto enganados terão os mesmos tipos de instintos morais como os cristãos – estupro, adultério, torturar bebês por diversão é errado, e gentileza é algo bom (apud DEMBSKI & LICONA, 2010, p. 21).

 

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Referências e notas:

 

ANDERSON, Tawa. Does God Exist? Recuperado de http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-does-god-exist-by-tawa-anderson.html, acessado em 16/04/2022

DEMBSKI, William A; LICONA, Michael R (Ed.). Evidence for God: 50 Arguments for Faith from the Bible, History, Philosophy and Science. Grand Rapids, MI: Baker Books, 2010

 

 

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