Por Walson Sales
É
possível determinar o que é certo e errado sem Deus? Pressupondo que os ateus
estejam certos sobre as principais declarações ateístas da atualidade, Deus não
existe, e tudo veio à existência do nada, por nada e para nada. Se tudo veio ao
acaso, qual seria o valor da nossa moralidade? Se o ateu estiver certo, não
existem absolutos morais, e toda a moralidade é relativa. Não existe essa ideia
de “viver uma vida digna, honrosa”. Não pode haver conceitos de punição pelo
erro. Conceitos de justiça e injustiça não fazem nenhum sentido. Como poderia
“algo” sair de uma sopa prebiótica aleatoriamente, sem direção, completamente
ao acaso, passar pelo “zoológico” como um ser animal, sem consciência e sem
definição de moralidade, e, de repente, esses seres terem consciência de
moralidade? Copan afirma que os seres humanos, moralmente sensíveis, podem
receber basicamente o que é certo com respeito à moralidade. No apêndice do
livro de C.S. Lewis, The Abolition of
Man, ele lista várias virtudes que têm sido aceitas através das eras e
civilizações (por exemplo, gregos, egípcios, babilônicos, americanos nativos,
indianos, hebreus). Roubo e assassinato são condenados nestes códigos legais,
enquanto honrar os pais e manter o juramento do casamento são aplaudidos (apud
DEMBSKI & LICONA, 2010, p. 21).
O
Padrão de Moralidade Inato nos Seres Humanos
Existe
um padrão de moralidade inato nos seres humanos. Perceba a força do argumento do
Anderson, ou seja, considere nossa consciência de moralidade – certo e errado.
Algumas pessoas dizem que a moralidade é relativa
ao indivíduo (certo para mim, errado para você). Mas, no fundo, todos sabem que
a moralidade é objetiva – algumas
ações são verdadeiramente erradas e outras verdadeiramente certas,
independentemente se alguém concorda com isso ou não. Nós reconhecemos nossas
próprias transgressões e certamente sentimos culpa por isso (veja Rm 2.1-5). De
onde vem nossa consciência de moralidade objetiva? Talvez ajamos como
indivíduos ou como sociedades conforme nossos próprios gostos. Caso afirmativo,
então, o Holocausto não foi um mal, mas foi apenas a expressão dos gostos
morais dos nazistas alemães. Talvez a moralidade seja um produto da evolução
instrumental para a sobrevivência humana. Caso afirmativo, o que chamamos
“errado” hoje pode ser “certo” amanhã. De qualquer maneira, moralidade não é
uma prescrição de como nós devemos nos comportar, mas é uma descrição de como
nos comportamos. Se os padrões morais não estão fundados em algo transcendente
(isto é, fora da humanidade), é impossível dizer (como todos fazemos) que
alguma coisa é sempre moralmente errada (ou certa). Em termos simples: se não
há nenhum Deus, o mal que o homem faz não é mau. A moralidade objetiva vem de
um Deus transcendente, que declarou o que é certo e errado (e.g. Ex. 20)
baseado no Seu caráter – Sua santidade, justiça e amor. Deus é a fonte do nosso
conhecimento do certo e errado – a ideia de moralidade humana aponta para a
existência de Deus (ANDERSON, 2010).
Os ateus estarão em apuros nesse tópico também. A
maioria dos ateus entende que o Holocausto foi algo errado, mas baseado em quê?
Quais são os valores morais em uma cadeia evolutiva? Não seria a sobrevivência
do mais forte? Mas, e se alguns ateus levarem a sua crença até as últimas
consequências? O filósofo Paul Copan, seguindo a mesma linha, afirma que os
seres humanos não têm que procurar o que é moral lendo a Bíblia. Tal
conhecimento está disponível a todas as pessoas. Romanos 2.14-15 diz que
aqueles sem a revelação especial de Deus (A Escritura, Jesus Cristo) podem
saber o certo e o errado. Eles têm a revelação geral de Deus de sua lei moral
básica em sua consciência: “Os gentios que não têm lei [de Moisés] fazem
institivamente as coisas da lei” (Rm 2.14). Não se assuste. Eles foram feitos à
imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26, 27). Eles são constituídos para
funcionarem adequadamente quando eles vivem segundo os desígnios de Deus. Então
as pessoas (incluindo os ateus) cujos corações não foram endurecidos ou auto
enganados terão os mesmos tipos de instintos morais como os cristãos – estupro,
adultério, torturar bebês por diversão é errado, e gentileza é algo bom (apud
DEMBSKI & LICONA, 2010, p. 21).
____________________
Referências
e notas:
ANDERSON, Tawa. Does
God Exist? Recuperado de http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-does-god-exist-by-tawa-anderson.html, acessado em 16/04/2022
DEMBSKI, William A; LICONA, Michael R (Ed.). Evidence for God: 50 Arguments for Faith from the Bible, History, Philosophy and Science. Grand Rapids, MI: Baker Books, 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário