segunda-feira, 27 de junho de 2022

A Antiguidade do Relato da Ressurreição

  

Por Walson Sales

 

Outro estudioso do assunto menciona que o ateu e estudioso do Novo Testamento Gerd Lüdemann declara: “os elementos da tradição devem ser datados nos dois primeiros anos após a crucificação de Jesus…não mais do que três anos…a formação das tradições das aparições mencionadas em 1 Cor. 15:3-8 está entre 30 e 33 da Era Cristã”. Sendo assim, as datas dos dados desse credo excluem a possibilidade de mito ou desenvolvimento legendário como uma explicação plausível e demonstram que os discípulos começaram a proclamar a morte, a ressurreição de Jesus e as aparições pós-morte muito cedo. Muitas pessoas morrerão pelo que creem ser verdade, mas ninguém desejaria sofrer e morrer pelo que sabem ser falso. Mentirosos fazem mártires pobres. O próprio Lüdemann reconhece que “pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências após a morte de Jesus em que Jesus apareceu a eles como o Cristo Ressurreto” (BRAKE, 2010).

Hall confirma, de forma considerável, que o texto citado por Paulo é um texto técnico que aponta exatamente para a sua antiguidade e veracidade do próprio Cristianismo. Ele diz: “quando eu digo que o Cristianismo é verdade, eu não estou meramente dizendo que este é o significado para mim pessoalmente. Eu estou dizendo que o Cristianismo representa precisamente a verdade sobre a realidade. Portanto, sem Ressurreição, sem Cristianismo.” Então ele confirma que a frase técnica "porque eu vos entreguei o que também recebi", junto com a frase "e que...e que...e que" indica, segundo as convenções da época, que Paulo está recitando um credo, e este não é seu escrito original. Esse credo coloca a expiação e a ressurreição no centro da fé cristã, e isso não é material paulino. De fato, esse credo pode ser traçado de volta a apenas alguns anos de Jesus – provavelmente ao ministério de Pedro e Tiago, que são mencionados especificamente no credo (Tiago é mencionado no verso 7). Se a crucificação ocorreu em 30 AD, a conversão de Paulo ocorreu aproximadamente em 33-35 AD. Três anos depois (36-38), ele foi a Jerusalém e encontrou Pedro e Tiago (veja Gálatas 1.18,19). Então, é provável que eles tenham discutido o Evangelho. Esse credo foi passado a Paulo (HALL, 2010). Não nego que estamos tratando de um evento sobrenatural e suas implicações e consequências históricas. Mantenho também que essas implicações são evidências da crença que devem ser testadas. Eu acredito que a cosmovisão cristã é a que reflete a realidade com mais precisão.

Nix trata sobre isso. Primeiro, o fato de que Jesus ressuscitou precisa ser estabelecido como um evento que ocorreu. Antes da ressurreição de alguém poder ser concluída, duas coisas devem ser demonstradas: 1. Que ele, de fato, morreu; e 2. Que ele foi visto vivo após a morte. Várias linhas de evidência apoiam o fato de que Jesus morreu. Primeiro, um vasto número de pessoas de ambos os lados, fontes cristãs e não cristãs relatam o evento. Segundo, estudos médicos sobre o processo da crucificação mostram que a morte ocorre por asfixia. Terceiro, fontes antigas registram o “golpe final” em Jesus, que garantiu a sua morte. Quarto, os discípulos de Jesus ficaram atônitos em vê-lo vivo de novo, porque eles sabiam que Jesus havia morrido. Um vasto número de historiadores escreveu sobre a questão da ressurreição de Jesus, concordando que essas peças da evidência apontam para o fato de que Jesus morreu antes que seus discípulos dissessem que ele estivesse em um estado “ressurreto”.

Segundo, o fato de os discípulos terem visto Jesus após saberem que Ele morreu, precisa ser estabelecido. Várias linhas de evidência apoiam isso. Primeiro, os discípulos criam que tiveram uma experiência com o Cristo ressurreto. Segundo, os discípulos deixaram de ser covardes (abandonaram Jesus antes da sua crucificação) e passaram a desejar morrer por sua crença. Terceiro, os discípulos proclamaram a ressurreição extremamente cedo na história da Igreja (o credo encontrado em 1 Coríntios 15.3 tem uma história que pode ser traçada apenas dois anos da morte de Jesus). Quarto, o irmão de Jesus, Tiago, era um cético das afirmações que Jesus fazia, até ele ter uma experiência com Jesus após a morte dele. Quinto, Saulo de Tarso (Paulo) foi um judeu educado, perseguidor dos cristãos, até ele ter o que ele creu ser uma experiência com Jesus. As evidências fornecidas aqui para as aparições de Jesus são aceitas pela maioria dos estudiosos e críticos que escreveram sobre a questão (NIX, 2010).

 

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Referências e notas:

 

BRAKE, Aaron. The Facts of the Resurrection. Recuperado de: http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-facts-of-resurrection-by-aaron.html, acessado em 12/04/2022

HALL, Amy. The Historical Event of the Resurrection. Recuperado de: http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-historical-event-of-resurrection.html, acessado em 12/04/2022

NIX, Luke. Making Sense of the Resurrection. Recuperado de: http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-making-sense-of-resurrection-by.html, acessado em 11/04/2022

 

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