Por
Walson Sales
Quando
Craig debateu em 2006 com o ateu Barth Ehrman, um dos maiores críticos da
Ressurreição de Jesus, trouxe quatro linhas de evidências que comprovam, de
forma inequívoca, que a ressurreição ocorreu de verdade. São elas:
(I) Existem quatro
fatos históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica
adequada:
- O sepultamento de
Jesus.
- A descoberta de seu
túmulo vazio.
- Suas aparições post-mortem.
- A origem da crença
dos discípulos em sua ressurreição (CRAIG; EHRMAN, 2006).
Se
analisarmos as respostas dos ateus a esses quatro fatos históricos, veremos que
as teorias são as piores possíveis. Irei me deter mais precisamente nas
argumentações apresentadas por Craig nesse debate pela importância das
informações. Vejamos logo a primeira:
Fato #1: Após sua crucificação, Jesus foi sepultado
por José de Arimatéia em uma tumba. Os historiadores sustentam esse fato
baseando-se em evidências como:
1. O sepultamento de Jesus é
atestado multiplamente por fontes primitivas independentes – Nós temos
quatro biografias de Jesus, por Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo
Testamento juntamente com várias cartas do apóstolo Paulo. O relato do
sepultamento é uma parte do relato de Marcos sobre a história do sofrimento e
morte de Jesus. Trata-se de uma fonte muito próxima aos acontecimentos que
provavelmente é baseada no testemunho de um observador dos eventos e que, sobre
a qual, o comentarista Rudolf Pesch data para algum momento entre sete anos
após a crucificação. Além disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para
o sepultamento de Jesus que a maioria dos estudiosos data para algum momento
entre cinco anos após a crucificação de Jesus. Testemunhos independentes sobre
o sepultamento de Jesus por José de Arimatéia são também fundamentados nas
fontes por trás de Mateus e Lucas e o evangelho de João, para não citar o
evangelho apócrifo de Pedro. Assim, nós temos pelo menos cinco notáveis fontes
independentes sobre o sepultamento de Jesus, algumas extremamente próximas ao
evento da crucificação.
2. Como um membro do Sinédrio
Judaico que condenou Jesus, José de Arimatéia provavelmente não é uma invenção
cristã – Existia uma hostilidade compreensível no início na igreja em relação
aos líderes judeus. Aos olhos dos cristãos, eles planejaram a condenação
judicial de Jesus. Assim, de acordo com o estudioso do Novo Testamento Raymond
Brown, o sepultamento de Jesus por José é “muito provável”, uma vez que é
“quase inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história sobre um
membro do Sinédrio Judaico que fez um bem a Jesus.
Por estas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento
concordam que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. De acordo
com John A. T. Robinson da Cambridge University, o sepultamento de Jesus
em sua tumba é “um dos mais antigos e melhor-atestados fatos sobre Jesus”. (CRAIG; EHRMAN, 2006).
Algumas pessoas não entendem a importância da presença de José de
Arimatéia no relato bíblico. Outras pessoas também estavam presentes. Frank
Morison explica que pelo menos 18 pessoas do círculo íntimo de Jesus assistiram
à crucificação:
Se excluirmos Maria e Marta de Betânia, e seu irmão Lázaro, que por
certas razões discutiremos depois, não foi veiculado estarem conectados com a
tragédia final, somos deixados com um grupo de 16 pessoas, todos que são
conhecidos ter pertencido ao circulo intimo de Jesus como seus apoiadores
pessoais:
Os onze apóstolos que sobreviveram.
Maria, a mãe de Jesus.
Maria, a esposa de Cleofas.
Salomé, a esposa de Zebedeu.
Maria Madalena.
Joana, a esposa de Cuza, Mordomo de Herodes.
A estes, devem ser adicionados dois homens de alta classe social, que
embora evitando abertamente que eram discípulos, foram aparentemente fortes
simpatizantes da causa de Cristo, José de Arimateia e Nicodemus (2009, p. 62, 63).
É admitido
abertamente que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia. Nenhum judeu do
primeiro século negou essa informação. Isso parece ser um fato confirmador do
sepultamento que vai trazer outras implicações. O Dr. Craig, quando participou
do segundo programa John Ankerberg Show em 2007, disse que ficou perplexo
quando o apresentador da ABC, em um programa especial sobre a matéria, disse
que, segundo os evangelhos, Jesus foi colocado no túmulo por sua mãe e seus
amigos. Agora, se a história do sepultamento de Jesus tivesse sido um acréscimo
posterior, como uma lenda que foi inserida décadas depois na Igreja Primitiva,
esta é exatamente o tipo de história piedosa que alguém esperaria encontrar:
que Jesus foi sepultado por sua devota mãe e seus discípulos crentes. Mas ele
diz que isso não é, de fato, o que os evangelhos afirmam. Ao contrário, o que
os evangelhos dizem é que Jesus de Nazaré foi colocado no túmulo por esta
figura enigmática: José de Arimatéia, que não aparece em nenhum lugar nos
evangelhos, e, contrariando as expectativas, deu a Jesus de Nazaré um
sepultamento honroso em um túmulo. Além disso, Marcos nos informa que este
homem era um membro do Sinédrio, o principal conselho que condenou Jesus a ser
crucificado, e que José destaca Jesus entre os três homens que foram
crucificados, pelo cuidado especial em dar a Ele sepultamento honroso em um
túmulo, em vez de permitir que o corpo fosse simplesmente despachado em uma
vala comum, reservada aos criminosos. Isso é extraordinário e requer algum tipo
de explicação (ANKERBERG, 2007, parte 2).
Frank Morison
menciona que todos os quatro escritores concordam que, logo após a morte de
Jesus, Pilatos foi procurado por José de Arimatéia, para pedir permissão para
enterrar o corpo. Sejam quais forem as dúvidas que este ato possa trazer,
parece indiscutível que este homem, uma pessoa de distinção social e até mesmo
com um status oficial, apartou-se do partido sacerdotal para obter permissão
para dar a um prisioneiro crucificado um sepultamento honroso. Ás vezes é
sugerido que o motivo de José de Arimatéia ter feito isso tenha sido para
cumprir uma lei judaica sobre o sepultamento, mas é difícil aceitar essa
sugestão diante da evidência. Havia três corpos para serem sepultados antes do
por do sol, e não há o menor vestígio de qualquer solicitude por parte de José
para os dois assaltantes. Seu único motivo e preocupação parece ter sido
prestar um respeito pessoal e individual aos restos mortais de Jesus. Assim,
longe de enfraquecer essa suposição, as poucas informações fornecidas nos
evangelhos fortalecem tal interpretação. É-nos informado que “ele não
consentiu” no Sinédrio “com a morte de Jesus”. Lucas diz que ele “estava
buscando o Reino de Deus”. João, de forma bem explícita, mas em linguagem bem
diferente, diz que “ele era um discípulo, mas em segredo, por medo dos judeus”.
Mas esses grandes eventos evocam traços heroicos no caráter deste homem, pois,
nesta ocasião, José subiu ao nível de suas próprias aspirações secretas. Ele
teve a coragem de ir a Pilatos e pedir o corpo de Jesus.
Se fôssemos
deixados simplesmente com os evangelhos sinóticos, seríamos compelidos a crer
que José de Arimatéia agiu nesse assunto completamente sozinho. No entanto,
João contribui com um item de informação aqui. Somos informados que, quando a
José foi assegurado a permissão de Pilatos para sepultar o corpo, ele trouxe
Nicodemos com ele, o homem que, segundo o mesmo escritor, veio a Jesus à noite
(2009, p. 67, 68). Leia e compare com as referências bíblicas (Mateus 27.57;
Marcos 15.43; Lucas 23.50, 51; João 19.38, 39). Portanto, a figura de José de
Arimatéia solicitando o corpo de Jesus e emprestando a Jesus o seu próprio
túmulo é uma informação extraordinária, que confirma os fatos. Analisemos agora
o fato número 2:
Fato #2: No domingo após a crucificação, a tumba de
Jesus foi encontrada vazia por um grupo de seguidoras de Jesus. Entre as razões
que levaram a maioria dos estudiosos a esta conclusão estão:
Eu poderia continuar, mas eu acho que foi dito o suficiente para indicar
porque, nas palavras de Jacob Kremer, um especialista austríaco sobre a
ressurreição, “a confiabilidade das narrativas bíblicas em relação à tumba
vazia é sustentada firmemente pela grande maioria dos exegetas”(CRAIG; EHRMAN, 2006).
Está
estabelecido historicamente que Jesus foi morto por crucificação e foi colocado
em um túmulo por um membro do Sinédrio judaico chamado José de Arimatéia, e que
três dias depois, este túmulo foi encontrado vazio. Em outro lugar, William
Lane Craig menciona que esses quatro fatos apresentados representam a visão da
maioria dos críticos do Novo Testamento que escreveram sobre este assunto, e
arremata:
E eu quero enfatizar, eu não estou falando aqui de
estudiosos conservadores ou fundamentalistas, eu estou falando sobre a ampla e
principal corrente da erudição. Aqueles que negam tendem a serem críticos
radicais na margem esquerda da erudição do Novo Testamento [...] Agora,
especificamente falando com respeito ao túmulo vazio, a maioria dos estudiosos
que escreveram sobre o assunto concordam que o túmulo de Jesus provavelmente
foi encontrado vazio por um grupo de suas seguidoras na manhã do domingo. Isto
representa o núcleo histórico da narrativa do túmulo vazio em Marcos
(ANKERBERG, 2007, parte 2).
O túmulo vazio está relacionado com a morte e com a
consequente pregação da Igreja Primitiva. O Dr. Gary Habermas afirma que o mais
poderoso argumento em favor do túmulo vazio está relacionado à localização que
cerca o evento. Os relatos dos evangelhos são unânimes em que Jesus foi
sepultado em um túmulo localizado em Jerusalém. A maioria dos críticos também
concorda que as primeiras pregações ocorreram em Jerusalém, levando ao
nascimento da Igreja. Se o túmulo de Jesus estava localizado nas proximidades,
temos um sério problema se ele estava vazio. A menos que o túmulo de Jesus
estivesse desocupado, a pregação da Igreja Primitiva teria sido refutada no
local. Como poderia ser pregado que Jesus ressuscitou dos mortos se esta
mensagem fosse duramente confrontada com um corpo apodrecido? Expondo o corpo,
mataria a mensagem e seria uma fácil refutação ao Cristianismo antes mesmo dele
ganhar ímpeto. Assim, Jerusalém é o último lugar para os ensinos cristãos
ganhar apoio, a menos que o túmulo estivesse vazio (apud DEMBSKI & LICONA,
2010, p. 168). Portanto, a fé cristã não surgiria e floresceria baseado em uma
informação que poderia ter sido provada falsa. As duas linhas estão mantidas ou
caem juntas. Se os relatos da morte estão seguros, os do sepultamento também.
Outro problema é o fato de que o túmulo vazio ter sido descoberto pelas
mulheres. Para os padrões de credibilidade histórica da época, isso seria
impensável. Se esse relato fosse uma invenção posterior, talvez alguém de
grande influência entre os apóstolos teria sido a pessoa “indicada” como aquela
que descobriu o túmulo, mas não as mulheres. Craig afirma em outro lugar que,
para entendermos o quanto esse fato é extraordinário, precisamos entender duas
coisas sobre a função das mulheres no primeiro século em uma sociedade judaica.
Primeiro, as mulheres eram, francamente falando, cidadãs de segunda classe. Por
exemplo, um provérbio rabínico posterior dizia: “Abençoado são aqueles cujos
filhos são homens, mas infortúnio para aqueles cujos filhos são mulheres”. Esta
era claramente a era de consciência pré-feminista (ANKERBERG, 2007, parte 2).
Antes de prosseguir, é bom deixar claro que existe uma sociedade ideal e uma
sociedade real.* Frank Morison também adentra os portões dos padrões
jurisprudenciais judaicos do primeiro século para lançar luz à questão. Ele diz
que a Misná descreve com abundância de detalhes. Ele menciona que havia três
classes de testemunhos reconhecidos por lei: 1. O Testemunho Vão. 2. O
Testemunho Permanente. 3. O Testemunho Adequado. Havia uma distinção muito
prática entre essas três classes de evidências. O Testemunho vão era obviamente
irrelevante e sem valor, e os juízes reconheciam como tal imediatamente. O
Testemunho Permanente era a evidência do tipo mais sério a ser aceito
provisoriamente até ser confirmado ou o contrário. O Testemunho Adequado era a
evidência em que as testemunhas concordavam juntas. A menor discordância entre
a evidência do testemunho destruía seu valor (2009, p. 12). Mas e o testemunho
da mulher? Não estava considerado nem como sendo um testemunho vão, nem era
considerado um testemunho. Craig afirma que o testemunho das mulheres era
considerado tão desprezível que elas nem mesmo eram permitidas servir como
testemunhas em corte judaica. Agora, à luz desse fato, quão extraordinário é o
fato de que as mulheres foram as primeiras e principais testemunhas a descobrir
o túmulo de Jesus? (ANKERBERG, 2007, parte 2). Esse é um testemunho embaraçoso
e não teria sido mantido e enfatizado a não ser que fosse verdadeiro. Habermas
menciona que, devido às circunstâncias da Palestina do primeiro século, podemos
somente concluir que os autores dos evangelhos estavam claramente convencidos
de que as mulheres descobriram o túmulo vazio. Eles estavam mais interessados
em relatar a verdade do que evitar a crítica (apud DEMBSKI & LICONA, 2010,
p. 169). Shelby Cade também corrobora dizendo que outra evidência existe para
validar a história da ressurreição. De acordo com os 4 escritores dos
evangelhos, as primeiras aparições foram às mulheres. No primeiro século, o
testemunho das mulheres era considerado inválido, então porque os autores
incluiriam este ponto se eles estivessem tentando inventar um mito? (CADE,
2010). Os críticos do NT levaram essas considerações a sério e aceitaram os
relatos como fidedignos.
Imagino se algum zombador da época, quando ouviu que
as primeiras pessoas a descobrirem o túmulo vazio foram as mulheres, rejeitou,
a priori, a mensagem. O interlocutor talvez o tenha desafiado a ir por si mesmo
ver o túmulo vazio. Foi dito pelos judeus que os discípulos roubaram o corpo de
Jesus, porém trataremos disso brevemente depois. Vamos nos ater ao fato número
3 agora.
Fato #3: Em diferentes ocasiões e sobre várias circunstâncias
diferentes indivíduos e grupos de pessoas experimentaram aparências de Jesus
ressuscitado da morte. Este é um fato que é virtualmente reconhecido
universalmente pelos estudiosos, pelas seguintes razões:
2. Os relatos das aparições nos evangelhos provêm múltiplas e independentes
atestações das aparições – Por exemplo, a aparição a
Pedro é atestada por Lucas e Paulo; a aparição aos “doze” é atestada por Lucas,
João e Paulo; e a aparição para as mulheres é atestada por Mateus e João. As
narrativas das aparições alcançam tantas fontes independentes que não se pode
racionalmente negar que os primeiros discípulos tiveram tais experiências.
Assim, até mesmo o crítico cético do Novo Testamento Gerd Lüdemann conclui,
“Pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram
experiências após a morte de Jesus nas quais Jesus apareceu a eles como Cristo
ressurreto” (CRAIG;
EHRMAN, 2006).
Gary Habermas afirma que, quando o Novo Testamento identifica os dados do
Evangelho, pelo menos três itens são sempre mencionados: a deidade, a morte e a
ressurreição de Jesus. A chave da ressurreição de Jesus são suas aparições após
a morte. Os estudiosos críticos concordam que todo o empreendimento da Igreja
Primitiva – adoração, escritos e testemunho – nunca teria ocorrido se os
seguidores de Jesus não estivessem absolutamente convencidos de que Ele
conquistou a morte aparecendo a eles posteriormente (DEMBSKI & LICONA,
2010, p. 172). As aparições de Jesus ressurreto tiveram um poder transformador
na vida dos discípulos. Eles estavam sem esperança, não haviam entendido o que
estava acontecendo e estavam com medo dos judeus, trancados no cenáculo e
pensando em voltar as suas vidas de antes. Frank Morison lança luz sobre essa
informação, dizendo que logo todos os discípulos se encontraram, mais uma vez,
em suas próprias casas e se preparando para voltar para suas próprias vidas
anteriores. Mas, para surpresa deles, o Senhor apareceu a Pedro e depois aos outros
que viviam na Judeia e na Galileia, e sob a influência dessas aparições, cujos
detalhes não foram precisamente preservados, eles creram que o Senhor estava
vivo novamente e foram convidados a retornar a Jerusalém para retomar a obra do
Mestre. Em Jerusalém, eles encontraram as mulheres que viram o túmulo, as quais
lhes disseram que foram, na manhã do terceiro dia, suprir as deficiências do
sepultamento dado ao Senhor por José. Mas quando vieram ao túmulo, em vez de
encontrá-lo fechado, o encontraram aberto, e um homem jovem deixou-as
aterrorizadas quando lhes disse que Jesus não estava mais lá. Assim, a crença
já firme no fato da ressurreição por meio das aparições somou-se aos fatos do
túmulo vazio, reforçado pelo relato das mulheres de que a ressurreição ocorreu
ao terceiro dia (2009, p. 108, 109). O Dr. Ben Witherington disse que, em
termos do perfil psicológico dos discípulos, se nós cremos que eles negaram,
abandonaram e traíram Jesus, e que eles deram tudo por perdido quando ele
morreu na cruz, psicologicamente alguma coisa significante deve ter acontecido
para mudar as suas mentes sobre essa questão particular após a crucificação de
Jesus. Lembre: nenhum judeu estava procurando um Messias crucificado. Se você
quisesse espalhar a notícia de que Jesus era O Messias, mas crucificado, isso
provaria que ele foi amaldiçoado por Deus e não o Ungido de Deus (ANKERBERG,
2007, parte 3). Gary Habermas lista 10 argumentos que provam a veracidade das
aparições, principalmente quando comparados com as alternativas naturalistas
dos céticos. Colocarei em forma de tópicos:
1. O testemunho de Paulo. Paulo foi
um poderoso oponente da mensagem cristã primitiva (I Co 15.9; Gl 1.13-14; Fp
3.4-7). Paulo explica que ele foi convertido a partir do alto escalão do
Judaísmo. Está claro que a razão desta mudança foi sua crença de que ele viu
Jesus ressurreto (I Co 9.1; 15.8; Gl 1.16). As aparições de Jesus certamente
qualificaram Paulo a ser um erudito tanto do Judaísmo quanto do Cristianismo
como uma testemunha excepcionalmente forte da ressurreição de Jesus;
2. Paulo registrou uma tradição
muito antiga, que na verdade antecede seus escritos, provavelmente em duas
décadas. Esta tradição antecede mesmo sua conversão ao Cristianismo. Após
explicar que ele recebeu de outros, Paulo sucintamente se refere ao evangelho
que foi pregado no Cristianismo primitivo: Cristo morreu por nossos pecados e
foi sepultado. Depois ele se levantou da morte e apareceu a muitas testemunhas;
3. Paulo foi tão cuidadoso em
assegurar a verdade da mensagem do evangelho que ele retornou a Jerusalém 14
anos após sua visita inicial (veja Gl 1.11-2.10). Seu propósito foi de estar
absolutamente seguro se a mensagem que ele pregava era a verdade (Gl 2.2).
Paulo visitou e entrevistou Pedro, Tiago e João e juntas são as maiores
testemunhas;
4. Em I Co 15.11 Paulo menciona que
a mesma mensagem foi pregada por diferentes pessoas;
5. Junto com I Co 15.3, a maioria
dos estudiosos concordam que muitos outros livros do NT contém tradições
antigas que antecedem os textos em que eles aparecem, inclusive no livro de
Atos;
6. Virtualmente ninguém, amigo ou
inimigo, crente ou crítico nega que foi a convicção deles de que eles viram
Jesus ressurreto foi o que causou as transformações radicais dos discípulos.
Eles desejavam morrer especificamente por suas crenças na ressurreição.
7. É quase sempre reconhecido que
durante o ministério de Jesus se irmão Tiago era um cético (veja João 7.5). Ele
provavelmente era um dos membros da família de Jesus em Marcos 3.21-25 que
pensava que Jesus estava insano! Mas como damos conta dos relatos
surpreendentes de que Tiago depois liderou a Igreja em Jerusalém (Gl 1.18-2.10;
At 15.13-21)? Segundo o comentário no credo em I Co 15.7, Jesus apareceu a
Tiago, sendo outro ponto da ressurreição de Jesus;
8. O túmulo em que Jesus foi
sepultado foi encontrado vazio logo depois. A pregação da Igreja Apostólica
iniciou em Jerusalém onde um túmulo ocupado ou fechado teria sido desastroso.
Embora o túmulo vazio não prove as aparições da ressurreição, eles reforçam as
declarações dos discípulos que viram Jesus ressurreto;
9. A ressurreição de Jesus foi o
centro da fé cristã primitiva e também indica a sua realidade, desde que, por
esta razão, ela foi repetidamente afirmadas por crentes e desafiadas por
descrentes;
10.
Dois anos
depois as tentativas dos não crentes de explicar o que aconteceu com o corpo de
Jesus em termos naturais falharam. Os líderes judeus em Jerusalém tiveram o
poder, os motivos e a localização para investigar a proclamação da das
aparições de ressurreição de Jesus. Eles sabiam sobre a morte de Jesus e sobre
seu sepultamento. Embora estivessem bem situados para expor o erro, eles não
refutaram a evidência. Mesmo muitos céticos eruditos de hoje estão sem uma
explicação do que ocorreu (apud DEMBSKI & LICONA, 2010, p. 173—75).
Não existem explicações que
refutem a pregação do Cristianismo primitivo. Finalmente, veremos o fato número 4:
Fato #4: Os discípulos de repente e sinceramente
começaram a acreditar que Jesus havia ressuscitado dos mortos não obstante suas
muitas predisposições para o contrário. Pense na situação que os discípulos
encararam após a crucificação de Jesus:
1. Seu líder estava morto – E as
expectativas judaicas messiânicas não continham a ideia de um Messias que, ao
invés de triunfar sobre os inimigos de Israel, seria vergonhosamente executado
pelos seus inimigos como um criminoso.
2. Crenças judaicas sobre o além-vida excluíam a possibilidade de
qualquer pessoa ressuscitando da morte para a glória e imortalidade antes da
ressurreição geral da morte no fim do mundo – Todavia, os
discípulos repentinamente começaram a crer tão fortemente que Deus ressuscitou
Jesus de dentre os mortos que eles se dispuseram a morrer pela verdade desta
crença. Mas então surge a questão óbvia: O que no mundo fê-los acreditar em algo
tão antijudeu e estranho? Luke Johnson, um estudioso do Novo Testamento na Emory
University, comenta, “Alguma espécie de experiência poderosa e
transformativa é necessária para gerar o tipo de movimento como o do
cristianismo primitivo”5. E também N. T.
Wright, um eminente estudioso britânico, conclui, “Esta é a razão porque, como
um historiador, eu não consigo explicar o surgimento do cristianismo primitivo
a não ser por Jesus ressuscitando, deixando uma tumba vazia para trás” (CRAIG; EHRMAN, 2006).
Como está bem claro que os argumentos são
irrefutáveis, veremos as tentativas dos céticos e ateus em negar a ressurreição
de Jesus. Neste mundo pós-moderno, o conhecimento científico assume
uma posição que não lhe cabe, principalmente acerca do conhecimento histórico.
Sempre quando se fala em Ressurreição de Jesus, as pessoas afirmam: “você pode
provar isso cientificamente”? (MCDOWELL, 1989, p. 36). Porém, Não
se comprovam relatos históricos “cientificamente”. Existe uma
diferença abissal entre prova científica e prova histórica judicial. Sendo
assim, como demonstrar fatos históricos por meio do método científico?
Impossível! Como saber “cientificamente” o que aconteceu em determinada data no
passado e analisar determinado evento? C. S. Lewis (ex-ateu) explica:
Este
ponto do método científico simplesmente mostra (o que ninguém jamais negou,
segundo o meu entendimento) que se os milagres de fato ocorreram, a ciência,
como ciência não poderia provar, nem refutar a ocorrência deles. Aquilo em que
não se pode confiar para recorrer não é material para a ciência: eis porque a
história não é uma ciência. Não se pode verificar o que Napoleão Bonaparte fez
na batalha de Auterlitz pedindo-lhe que venha e lute a mesma batalha novamente
num laboratório com os mesmos combatentes, no mesmo lugar, com as mesmas
condições climáticas, e na mesma época. É preciso ir aos registros. Na verdade,
não provamos que a ciência exclui os milagres: somente provamos que a questão
dos milagres, como outras inumeráveis questões, exclui o tratamento
laboratorial (apud GEISLER & BOCCHINO, 2003, p. 271).
Para
se descobrir o que ocorreu no passado, temos que abordar as fontes históricas
dos fatos. Apesar dos fatos comprobatórios da ressurreição de Jesus, alguns
ateus tentaram explicar o que ocorreu naquela manhã de domingo, excluindo o
milagre da ressurreição. Essas teorias são conhecidas como Teorias naturalistas acerca da ressurreição de Jesus.
____________________
Referências
e notas:
* Se analisarmos a sociedade ideal planejada por Deus, na qual as mulheres
estão inseridas, não teríamos visto injustiças patriarcais praticada contras as
mulheres. Para maiores informações, leia o artigo: Misógino? A Mulher em
Israel de autoria de Paul Copan, disponível aqui: http://www.cacp.org.br/misogino-a-mulher-em-israel/;
Observação: este livro foi publicado no Brasil em 2016 pela Editora Sal
Cultural, com o título Deus é um monstro
Moral? Entendendo Deus no Contexto do Antigo Testamento. Verdadeiramente um
épico da apologética contemporânea.
ANKERBERG, John. Questions
Surronding Jesus’ Ressurrection (2007). Recuperado de http://www.jashow.org/wiki/index.php/Questions_Surrounding_Jesus%27_Resurrection/Part_3, acessado em 08/04/2022
ANKERBERG, John. Questions
Surronding Jesus’ Ressurrection (2007). Recuperado de http://www.jashow.org/wiki/index.php/Questions_Surrounding_Jesus%27_Resurrection/Part_2,
acessado em 04/04/2022
CADE, Shelby. Prophecy and Resurrection. Recuperado
de: http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-prophecy-and-resurrection-by.html, acessado em 11/04/2022
CRAIG, William Lane; EHRMAN, Barth D. Is There Historical Evidence for the
Resurrection of Jesus? (2006). Recuperado de:http://www.reasonablefaith.org/is-there-historical-evidence-for-the-resurrection-of-jesus-the-craig-ehrman#ixzz2pTVBBEHK, acessado em 04/04/2022
DEMBSKI, William A; LICONA, Michael R (Ed.). Evidence for God: 50 Arguments for Faith
from the Bible, History, Philosophy and Science. Grand Rapids, MI: Baker
Books, 2010
GEISLER, Norman L; BOCCHINO, Peter. Fundamentos Inabaláveis (H.
C. Campos, trad.). São Paulo: Editora Vida, 2003
MCDOWELL, Josh. Mais que um Carpinteiro (Mirian Talitha
Lins, trad.). São Paulo: Ed. Betânia,
1989
MORISON, Frank. Who Moved The Stone?
Colorado Springs: Authentic Media, 2009
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