segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Transcrição do Podcast Quatro questões que mostram que o Cristianismo Bíblico é verdadeiro - [Parte VII]

 

A Questão dos Milagres


Frank Turek do site Cross Examined

Traduzido, adaptado e ampliado por Walson Sales


Vamos começar agora a abordar sobre o terceiro ponto a favor da existência de Deus. Já abordamos sobre a questão da verdade e sobre a questão da existência de Deus e agora vamos analisar o terceiro ponto que é a questão dos milagres. 

Sabemos que os milagres são sinais de Deus para chamar a nossa atenção, para falar conosco e Deus diz por meio dos milagres “olha, esse é um sinal específico e claro vindo de mim”. Foi por meio dos milagres que o povo no Egito soube que Moisés estava falando a verdade, por meio dos milagres as pessoas creram que Jesus estava falando a verdade, foi também por meio dos milagres que as pessoas acreditaram no que Paulo e os apóstolos estavam pregando. São os sinais que se seguiram e confirmaram o que Deus queria dizer ao seu povo. Os milagres podem ser usados para confirmar a mensagem, os sinais confirmam o sermão. 

O problema de hoje é que as pessoas pensam que os milagres não são mais possíveis, até pastores reformados sobem na santa tribuna hoje e dizem que Deus não responde oração e nem opera milagres, o que se configura em um grande absurdo afirmar tal coisa. Talvez os motivos para tal comportamento seja que essas pessoas nunca presenciaram um milagre, talvez eles achem que os milagres sejam impossíveis de acontecer, talvez com base em uma premissa da Teologia Liberal, o antisobrenaturalismo. Contudo, o problema para essas pessoas é que o maior milagre de que se tem notícia já ocorreu. Esse milagre foi um milagre tão grande que faz com que o milagre da concepção virginal de Jesus ser um milagre pequeno, faz com que os milagres que Jesus operou, a saber, restaurar a vista aos cegos, levantar os paralíticos, ressuscitar os mortos, multiplicar pães e peixes, andar sobre as águas, acalmar tempestades, transformar água em vinho, faz com que a própria ressurreição de Jesus, sejam milagres pequenos comparados com esse milagre que já ocorreu. Este grande milagre é o milagre da criação de todas as coisas, Deus criou o universo do nada, pelo poder da sua palavra, antes não existia uma matéria prima pela qual Deus criou as outras coisas. Não existia nada, nem tempo, nem espaço, nem matéria, absolutamente nada. Lá em Gênesis 1:1 “No princípio criou Deus os céus e a terra”, fala desse grande milagre e se esse milagre é verdadeiro e nós sabemos que é porque estamos aqui por causa desse milagre, logo todos os demais versículos que mencionam milagres são, no mínimo, possíveis. 

Esse primeiro milagre é tão forte que até os ateus admitem a existência desse primeiro milagre, que o universo surgiu no tempo passado finito, do nada. Se Deus criou o universo do nada pelo poder da palavra, ele pode partir o Mar Vermelho, pode fazer Jesus andar por sobre as águas, pode ressuscitar Jesus dos mortos. Então, se Deus pode criar todo cenário do nada, logo esses milagres decorrentes mencionados na história são possíveis e é possível Deus realizar grandes milagres hoje. Se Deus criou o universo do nada, não existe nenhuma impossibilidade lógica de Deus operar milagres dentro do próprio universo e também hoje. Talvez o empecilho dos críticos se dê pelo fato deles nunca terem presenciado um milagre hoje. A primeira resposta que você deve dar a esse crítico é “olhe ao seu redor, você está vivendo dentro de um verdadeiro milagre que é a criação”. 

Também essa ideia de que você não acredita em algo que você não vê ela é falsa, pois acreditamos em muitas coisas que nunca vimos. Você acredita na existência de sua mente, mas você já viu sua mente? Não estou falando do cérebro, estou falando da entidade mental. Apesar de você estar usando sua mente agora neste exato momento, mas você nunca viu sua mente. Você já viu as leis da lógica e da matemática? Nós usamos essas leis todos os dias, mas você nunca as viu. Você acredita na justiça, mas você já viu a justiça? Você já viu a injustiça sendo feita e a justiça sendo feita, mas a justiça em si você nunca viu. Porque a justiça é uma realidade imaterial e está alicerçada na natureza de Deus. Você nunca viu a gravidade, mas você pode dizer que está vendo a gravidade agora por estar no chão, mas o que você tem visto é o efeito da gravidade, não a gravidade em si. Também é dessa forma que nós sabemos que Deus existe. Logo, se alguém lhe desafiar para que prove que Deus existe, você pode responder dizendo que sabe que Deus existe pelos efeitos que ele deixou na natureza, porque o raciocínio vai em sentido contrário, dos efeitos em direção a causa. 

Então, quando percebemos que a nossa realidade aponta para a criação, que é um efeito, logo raciocinamos de volta para a existência de um criador, que é a causa. Outra coisa, se nessa criação existe design ou sintonia fina, planejamento, então eu raciocino de volta para a existência de um designer que é a causa, ou seja, aquele que projetou o universo. Da mesma forma se existe uma lei moral pressionando meu coração e minha consciência, logo este é o efeito, então eu raciocino de volta para a existência de um legislador moral que é a causa. A própria capacidade de raciocinar fora da minha caixa craniana, então minha mente raciocina de volta em direção a uma mente inteligente que projetou o universo e minha mente e cérebro com capacidade de raciocinar que é a causa. Este é o método correto da ciência forense que coleta e analisa as evidências, ou seja, raciocinar em sentido contrário, do efeito de volta para determinar as causas. Este é o principal método da ciência, observar os efeitos e racionar para saber o que causou o efeito. Esse método é o que faz a ciência ser ciência, sempre trabalhar a condição de causa e efeito, observando os efeitos e raciocinando para determinar o que causou essas coisas. Então, como você sabe que Deus existe? Você raciocina a partir dos efeitos tentando descobrir quais são as causas ou a causa. A melhor resposta é Deus. Nós também conhecemos a Deus pelo testemunho do Santo Espírito e a causa é Deus. 

Contudo, existe uma grande diferença entre saber que o Cristianismo é verdadeiro e demonstrar que o Cristianismo é verdadeiro. Então, só porque você sabe que o Cristianismo é verdadeiro pela capacitação do Espírito Santo, não significa que você tenha a capacidade de demonstrar a alguém que o Cristianismo é verdadeiro ou que Deus existe, porque esse testemunho que você recebeu é um testemunho pessoal, interior exclusivo a você. Então, para você demonstrar em um diálogo a uma pessoa que Deus existe, você tem que dar a ele ferramentas e argumentos para que ele possa raciocinar por si mesmo e tentar descobrir por inferência que Deus existe. Você pode usar o argumento cosmológico para o início do universo, o argumento teleológico ou sintonia fina, ou o argumento moral. É aqui que você argumenta do efeito em direção a causa. 

Essa ideia de causa e efeito foi deixada pelo próprio Jesus nos evangelhos, pelo testemunho da ressurreição que gerou o nascimento da igreja. A igreja não surgiu por causa de um livro, a igreja surgiu por causa de um evento. Contudo, ainda que os milagres não ocorressem hoje, a mensagem pregada é verdadeira, pois foi testemunhada e chancelada pelo Espírito santo. Apesar de eu crer e defender biblicamente que os milagres ocorrem em nossos dias, o Cristianismo não depende exclusivamente dos milagres hoje para validar a mensagem, que é verdadeira. A principal validação já ocorreu para nós, que é a ressurreição de Jesus. Apesar de que, repito, eu creio, que os milagres ocorram hoje, inclusive o Dr. Craig Keener documentou, na sua obra em dois volumes sobre os milagres, que os milagres ocorrem hoje, de fato. 

O Argumento da Experiência Religiosa também deixa claro. Todos os que se comprometeram com Deus por meio de Jesus, têm experiências pessoais claras dos cuidados sobrenaturais, milagrosos e providenciais de Deus. Agora, cabe uma ressalva aqui, mesmo que os milagres ocorram hoje, eles devem ser ocorrências raras pois, por definição um milagre é uma coisa rara que só Deus pode fazer, porque se os milagres ocorressem corriqueiramente, seriam considerados eventos comuns, e as pessoas não veriam os milagres como grandes sinais de Deus exclusivos e portentosos. Pense comigo agora, imagine se ocorressem ressurreições de mortos com uma certa constância, aí você vai pregar o evangelho e cita a ressurreição de Jesus como prova de que ele é o Messias, então alguém poderia retrucar dizendo, “ressuscitar dos mortos não tem nada demais, meu tio José ressuscitou dos mortos na semana passada e já está requerendo a herança de volta”. Esse tipo de evento corriqueiro, enfraqueceria o relato portentoso da ressurreição de Jesus. O que a ressurreição de Jesus significaria para nós? Então, para um milagre chamar a nossa atenção, ele tem que ser um evento raro. Logo, as leis naturais devem ser, de fato, as leis que governam o universo a fim de que possamos identificar o que é, de fato, um milagre, pois a única forma de vermos, de fato, que ocorreu um milagre é compararmos o evento miraculoso com o evento corriqueiro e repetível das leis naturais. A propósito, aproveitando o gancho, porque existem leis naturais, porque existe um legislador e as leis naturais não mudam exatamente porque Deus é o responsável por elas. Estas leis naturais também são responsáveis pelo equilíbrio que há no universo, essa sintonia fina. Modifique qualquer uma dessas leis naturais e nenhum de nós estaríamos aqui. então, nós sabemos que os milagres são possíveis porque Deus existe, ainda que nenhum de nós tenha visto qualquer tipo de milagre. 


Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário