A Questão da Veracidade do Novo Testamento
Frank Turek do site Cross Examined
Traduzido, adaptado e ampliado por Walson Sales
A próxima questão que mostra que o Cristianismo é verdadeiro: o Novo Testamento está nos falando a verdade, em especial em referência a ressurreição de Jesus? Já abordamos os temas da questão da verdade, da existência de Deus e dos milagres e agora vamos abordar e investigar se o Novo Testamento fala a verdade. Existem muitas linhas de evidências que mostram que os escritores do Novo Testamento estavam falando a verdade. Por exemplo, o primeiro ponto é que existem no Novo Testamento histórias embaraçosas. Uma história embaraçosa é algo que ninguém jamais inventaria sobre si mesmo, sobre seu ponto de vista, sobre o seu relato da história e sobre o seu herói. Para começar, perceba que os os próprios escritores do Novo Testamento deixam claro que eles próprios não haviam entendido o enredo central da mensagem de Jesus, a saber, que o Messias que viria de Deus para Israel e de Israel para o mundo deveria ser um Messias para todos os povos. Eles contudo entenderam que as pessoas que aceitavam Jesus, teriam que se submeter a Lei de Moisés, se deixar circuncidar e guardar as tradições judaicas. Então percebemos que a primeira ação da igreja foi estabelecer regras para esclarecer o entendimento geral sobre esses pontos no primeiro concílio da história da igreja em Atos 15. Os escritores do Novo Testamento retratam Pedro, um dos principais líderes da igreja nascente, como um homem que negou Jesus três vezes. Se essa história fosse inventada, esse relato constrangedor seria omitido. O Novo Testamento também mostra que os apóstolos fugiram do cenário da crucificação com medo dos judeus e se esconderam no cenáculo. Eles não poderiam ter inventado essas histórias, eles fugiram, estavam com medo. Relataram ainda que foram as mulheres que permaneceram até o fim no cenário da crucificação e que foram elas as primeiras testemunhas do túmulo vazio no domingo pela manhã. Então, como é que os homens que escreveram o NT afirmaram abertamente que eles foram covardes na hora de grande pressão e que as mulheres foram corajosas? Claro que é verdade, pois ninguém inventaria uma história depreciativa sobre si mesmo. Eles nunca diriam, se não fosse verdade, que foram as mulheres as primeiras testemunhas da ressurreição e que foram as primeiras pessoas a passar a mensagem adiante enquanto os discípulos estavam com medo no cenáculo. O problema principal era que a jurisprudência do primeiro século não aceitava o testemunho de uma mulher em um tribunal. Como eles iriam inventar que as mulheres foram mais corajosas, foram as primeiras testemunhas da ressurreição, sabendo que o testemunho delas não seria válido, se não fosse tudo verdade? Para piorar, entre as mulheres estava Maria Madalena, uma mulher que havia sido possessa por espíritos imundos, o que complicaria mais ainda a veracidade das informações, porque ela não seria considerada uma boa testemunha dos fatos, pois as pessoas pensariam que ela estivesse possessa como antigamente. Contudo, a verdade é que o NT as apresenta como sendo as primeiras testemunhas da ressurreição e esse relato de que as mulheres foram as primeiras testemunhas estão presente nos quatro evangelhos. Logo, essas histórias embaraçosas provam, de fato, que os relatos são verdadeiros. Tem até uma piada antiga que diz “porque Deus preferiu que as mulheres fossem as primeiras testemunhas da ressurreição? Porque ele queria que a notícia se espalhasse logo”.
Outro detalhe embaraçoso, quando Jesus estabelece a Grande Comissão, a Bíblia diz que alguns duvidaram (Mateus 28:17; cf. Marcos 16: 13). Você acha que os apóstolos inventariam isso? Claro que não. Os relatos embaraçosos provam que o relato é verdadeiro, apesar do embaraço. Os escritores do NT mencionam detalhes embaraçosos sobre o próprio Jesus. Em Marcos capítulo 3 os irmãos e a mãe de Jesus vão buscar ele quando ele está ensinando e curando o povo (v. 32). O que dá a entender que eles o queriam levar para casa. Os evangelhos relatam que os judeus consideravam Jesus um beberrão, uma pessoa possuída por espírito imundo (Mc 3:22; Mt 11:19). Você realmente acha que eles inventariam isso? Uma mulher pecadora lavou os pés de Jesus e enxugou com os cabelos (Lc 7:37 ss). A propósito, na própria genealogia de Jesus existem duas prostitutas e uma adúltera, Tamar, Raabe e Bate-Seba que adulterou com Davi. Você realmente acha que eles inventariam esses detalhes constrangedores? Você acha que os discípulos se reuniram e combinaram de colocar na genealogia de Jesus pessoas “desqualificadas” para os padrões bíblicos apenas para a coisa ficar mais emocionante? Esses textos provam que eles estavam falando a verdade. Para os apóstolos não importa se é embaraçoso, contanto que seja a verdade. Então os relatos embaraçosos provam que essas histórias não são inventadas.
Outra coisa que mostra que esses relatos são verdadeiros é que os discípulos sofreram mortes excruciantes por pregarem e afirmarem que Jesus havia ressuscitado dos mortos. Outro ponto importante é que os discípulos eram crentes judeus em Jeová do Antigo Testamento, exceto Lucas, e existem algumas implicações claras nisso. O fato é que um judeu não consideraria Jesus como sendo Deus, porque para um judeu era blasfêmia um homem dizer que era Deus ou Filho de Deus (veja João 5:17, 18). Outro fato é que os discípulos disseram que Jesus ressuscitou dos mortos e para um judeu ortodoxo, a ressurreição só ocorrerá no fim dos tempos. Porque os discípulos judeus inventariam Jesus sendo Deus, morrendo e ressuscitando no meio dos tempos, porque eles inventariam isso? Para ser perseguidos, torturados e mortos? Claro que não inventariam. Então porque eles testemunharam tudo isso? Porque era verdade!
Não há razões vantajosas para inventar um relato desse tipo, ou seja, eles não tinham motivos para dizer que a ressurreição ocorreu a menos que a ressurreição tivesse de fato ocorrido. Porque eles sofreriam e morreriam por algo que eles sabiam que era mentira? Mas você pode dizer, olha, os muçulmanos estão morrendo pelo Islã. O problema é que não existe testemunho ocular de que a mensagem que Muhammad recebeu era verdadeira ou se de fato ele recebeu essa mensagem. Muhammad disse que recebeu essa mensagem, mas ninguém testemunhou nada, nem nenhum sinal espetacular dele. Muhammad disse que recebia a visita do anjo e as pessoas acreditaram. A diferença com os mártires do NT é que estes testemunharam que Jesus ressuscitou dos mortos. Eles viram Jesus ressuscitado, comeram com Jesus, tocaram em Jesus, receberam instruções de Jesus. Eles verificaram com os próprios sentidos que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos. Apesar de que muitas pessoas podem morrer por uma mentira pensando que é verdade, mas ninguém morre por uma mentira sabendo que é mentira.
Os escritores do NT estavam numa posição de saber que o que estavam divulgando era verdade porque eles testemunharam os fatos, eles não receberam as informações de terceiros, como um telefone sem fio. Você não pode ter uma evidência melhor do que essa. Logo, os escritores do NT não criaram a ressurreição, a ressurreição criou os escritores do NT. O Cristianismo não se originou com um livro, o Cristianismo se originou com um evento. Então nós cremos no testemunho de pessoas que falaram e pregaram sobre os fatos que eles testemunharam antes do NT existir. Porque essas pessoas testemunharam Jesus ressurreto e conheceram pessoas que testemunharam Jesus ressurreto.
Logo, a verdade existe, Deus existe, os milagres são possíveis, os discípulos registraram a verdade no NT e Jesus ressuscitou dos mortos.
Fim da série. Esperamos eu tenham curtido e aprendido bastante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário