Por Walson Sales
A defesa da fé cristã não é uma mera opção para os crentes, mas uma obrigação vital. Em um mundo repleto de críticas, heresias e questionamentos, a capacidade de confrontar essas ideias se torna essencial. Como cristãos, temos a responsabilidade de estarmos preparados para defender nossa fé, não apenas por nós mesmos, mas também por aqueles que não têm as ferramentas intelectuais necessárias para fazê-lo. Este artigo discute a importância de uma apologética bem fundamentada, apoiada por princípios bíblicos, e como a ignorância em questões de fé pode deixar muitos vulneráveis às investidas de descrentes.
A Necessidade da Defesa da Fé
C.S. Lewis, renomado apologista cristão, afirmou que ser ignorante e inocente em tempos de ataques à fé é como desistir de nossas armas em uma batalha. Em Efésios 6:11-13, Paulo nos exorta a "vestir toda a armadura de Deus" para que possamos resistir aos ataques do inimigo. Essa armadura inclui não apenas a fé, mas também o conhecimento e a sabedoria para confrontar argumentos contrários à nossa crença.
Os Três Tipos de Pessoas na Batalha pela Mente
Hoje, dentro da igreja, podemos identificar três tipos de pessoas diante da batalha pelo controle da mente no debate cultural, político, intelectual e doutrinário:
1. O Totalmente Alheio: Este grupo não tem a mínima noção de que essa guerra está acontecendo e, por isso, não se preocupa em se preparar ou em proteger as pessoas sob sua liderança. Seus ensinos são rasos e descontextualizados, muitas vezes ignorando os desafios reais que a igreja enfrenta.
2. Os Opcionais: Este grupo reconhece que a guerra está acontecendo, mas acredita que a participação é opcional. Eles entram na batalha apenas se acharem necessário, resultando em uma falta de preparação e uma preocupação reduzida com aqueles que lideram. Embora tenham alguma cultura bíblica, seus ensinos são medianos e descontextualizados, focando em questões irrelevantes para o contexto atual. Uma ilustração disso é a história de teólogos que, enquanto os muçulmanos se preparavam para invadir Constantinopla, discutiam quantos anjos caberiam na cabeça de um alfinete.
3. O Preparado: Este terceiro tipo está atento ao que acontece na política e na cultura. Eles estão se preparando, conhecem um pouco sobre diversos temas e buscam se especializar em questões importantes para poder defender aqueles que estão sob sua liderança. Este grupo é fundamental para a saúde da igreja e a sua capacidade de responder aos desafios contemporâneos.
A Vulnerabilidade dos Inocentes
Infelizmente, muitos que professam a fé cristã podem não ter as ferramentas intelectuais ou a formação necessária para contestar as ideologias que ameaçam suas crenças. Como descrito por Lewis, esses indivíduos, que muitas vezes têm uma fé sincera, podem ser deixados à mercê das investidas de sectários e descrentes. Em Provérbios 18:15, é dito que "o coração do entendido adquire conhecimento", destacando a importância do aprendizado e do entendimento na vida cristã.
A Responsabilidade dos Cristãos
Diante disso, é nossa responsabilidade equipar não apenas a nós mesmos, mas também aqueles que nos cercam. Em Mateus 28:19-20, Jesus nos comissiona a "fazer discípulos de todas as nações", o que implica um investimento na formação e no fortalecimento da fé dos outros. A defesa da fé não deve ser vista como uma atividade isolada, mas como um esforço coletivo para proteger e fortalecer a comunidade cristã.
A Importância da Boa Filosofia
C.S. Lewis também argumenta que a boa filosofia é necessária porque a má filosofia precisa ser contestada. Em Colossenses 2:8, Paulo nos alerta a não sermos levados por "filosofias vãs e enganosas". A boa filosofia, fundamentada na verdade cristã, pode ajudar a responder a perguntas difíceis e a oferecer uma visão clara e convincente da fé.
Conclusão
A defesa da fé cristã é uma obrigação que todos os crentes devem assumir. Em um mundo que constantemente desafia nossas crenças, precisamos estar prontos para responder, munidos de conhecimento e sabedoria. A vulnerabilidade de muitos cristãos diante de críticas e heresias torna ainda mais urgente a necessidade de uma apologética sólida. Devemos nos esforçar para equipar nossa mente e coração, não apenas por nós mesmos, mas também por aqueles que, abaixo de Deus, não têm outra defesa. A responsabilidade de defender a fé é uma missão vital que devemos assumir com seriedade, utilizando a boa filosofia e a verdade bíblica como nossas armas.
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